A alternância partidária tem vindo a determinar que o poder
político em Portugal,tenha vindo a ser partilhado, quase ex-
clusivamente, pelo PS e pelo PPD/PSD, durante quase todo o
período da democracia do nosso País.
Pequenas migalhas de poder têm cabido, aqui e ali, ao CDS/PP .
O cinzento centrão cai para um lado, ou para o outro, mediante
as circunstâncias do momento.
A novidade nos últimos anos, foi o nascimento, crescimento, a
engorda ( e o progressivo desaparecimento) dessa aberração que
é Bloco de Esquerda.
O grande karma do Partido Socialista, foram as grandes ci-
sões do partido, à esquerda levada a cabo pela FRS - Frente Re-
publicana Socialista, de Manuel Serra;
ao centro, a criação traiçoeira do PRP - Partido Renovador Por-
tuguês, instigado pelo PR Ramalho Eanes ;
e a deserção de imensos simpatizantes e militantes do PS, a
caminho do Bloco de Esquerda.
Sócrates ainda aguentou o primeiro mandato com maioria abso-
luta, tentou resistir ao segundo mandato, com maiotia relativa,
mas foi escorraçado do poder, quando a crise financeira mundial
inchou.
O caminho ficou finalmente escancarado, para a direita mais re-
vanchista e reaccionária, que alcançou o desiderato de Sá Carneiro/
/Cavaco Silva, a conquista de todo o aparelho do Estado, o vér-
tice, uma maioria, um governo, um presidente.Os erros grosseiros e as traições de alguns dos principais acto-
res da política portuguesa, conseguiram-no enfim .
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