A partir de aqui, o folhetim complica-se.
Como numa novela, os personagens cruzam-se, desdobram-se,
e a realidade, muitas vezes, ultrapassa a ficção .
É difícil encontrar um mínimo de racionalidade.
Os vários actores servem-se de múltiplas artimanhas para
ficar bem no retrato.
Os figurantes, muitos e maus, apresentam os truques que
foram treinando desde sempre.
Realizam pantomimas, cambalhotas, vénias, palhaçadas,
golpes baixos, fazem tudo para conseguir os objectivos que
mais convêm aos seus senhores (e a si próprios ).
Cada um joga as cartas que tem na manga.
Vale tudo.
Como no circo.
Como na tourada.
Como no teatro.
Afinal, como na vida.
A política tem os seus heróis e os seus vilões, consoante
quem segue a trama.
Muitas vezes os espectadores são enganados,
em regra porque querem ser enganados.
Tomam partido, à flôr da pele, pois só vêem o que está por
trás o cenários, das luzes e do canto de cisne das primado-
nas.
Faz parte do espectáculo.
.