sexta-feira, 18 de maio de 2012
CASTELO DE MARIALVA .
Chegado aqui,julguei que já não iria ficar surpreendido,
depois desta volta ao Portugal dos castelos .
Sentados à volta da fogueira, meios parvos, a tentar enten-
der o a cena, vêm-me à cabeça imagens de histórias fantásticas,
como se eu tivesse vivido várias vidas .
O que terá acontecido aqui, durante os mil anos gravados
nestas pedras, nestas ruínas, neste horizonte de sonho e be-
bedeira...
Onde param os nossos poetas, cineastas, escritores, pintores,
artistas sem alma, que abandonaram este sítio, e o deixaram
morrer no esquecimento, a pior das mortes ?
Quem se atreve falar de cultura, se nunca presenciou o espec-
táculo, que varreu o tempo ao abandono?
Que país é este que perdeu a memória e deixou cair os afectos,
perdido nos trocos de falácias e arrobos de mediocridade ?
Que terra é esta?
Que gente é esta?
Vi muita coisa bela durante esta viagem .
Até oliveiras prisioneiras nos respectivos curros, para não se
portarem mal, num retorno ao minifúndio mental .
E, para que conste, aqui deixo este apontamento, para memória
futura .
Obrigado .
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