A manta semre foi pequena para tanta roubalheira .
Puxa daqui, agarra dali, são sempre os mesmos a ficar
tapados no quentinho, no bem bom .
A maralha está sempre exposta às agruras do temporal .
Ninguém consegue estender um bocadinho a manta que nos
calhou .
Uns quantos rasgam-da de propósito ; outros vão tirando
uns pedaços que vão levando para casa, às escodidas .
Por mais que se junte mais pano, a manta fica sempre cada
vez mais curta .
Muitos ficam mesmo com o rabo de fora .
Uma pouca vergonha ...
Os costureiros de cá não valem um chavelho .
Os de fora, são uma corja de agiotas de segunda classe .
Vamos ficar ao léu por muito tempo, de mãos a abanar .
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