Ontem fui a Faro, matar saudades .
Fui tomar a bica num café junto à doca,
ao pé do Benfica,
o restaurante do Valter .
Em Benafim, pouco tenho que fazer;
como e durmo,
escrevo e brinco com os papéis,
e faço-te compahia .
Era domingo, a Gardy estava fechada,
o Aliança foi abandonado,
o coreto desapareceu,
fiquei a olhar os barcos,
vindos da Ilha .
Percorriamos o caminho até ao barco,
pelos bombeiros,
rumo à praia,
para logo descobrir-mos o mar .
Passei pela Rua Gil Eanes, deserta,
e fui espreitar a casa da Avó.
Fechada a cadeado, esquecida,
a tua casa está em ruínas,
qual castelo roqueiro,
perdido no tempo .
Mais tarde, a tua praia,
era o fim de tarde na areia,
comer a tua torrada no Havana,
à espera de ver o mar
baixar lentamente,
muito lentamente,
antes de adormecer,
do outro lado do Mundo .
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