Ainda me lembro da piquena a decorar o palco, com a sua
triste figura, a berrar os amanhãs que cantam, para a
miudagem recém chegada às virtudes da revolução .
Essa, ninguém a levava à certa .
Era a Irmã Zita, a pastorinha de Moscovo .
Tinha tido uma visão,
e espalhava a palavra do Senhor,
a quem a queria ouvir .
Depois, mudou de lentes, mudou de ramo,
e passou a vender droga social-democrata,
à porta do Pontal .
Vestiu-se de mulherzinha,
amanhou-se com um saia-casaco,
e foi à vida .
Nada isto tem importância,
não fora o facto de a tal Zita, Seabra de sua graça,
ter pirado mais uma vez,
e vir agora dizer que o PC, através do Barão Vermelho,
produtor de aparelhagem de ar condicionado,
importada da antiga RDA,
(onde ela tinha aprendido a catequese),
trazia incorporados instrumentos ,
à James Bond,
para ouvir as conversas as tias,
enquanto jogavam a Canasta,
nos gabinetes oficiais .
É uma história a seguir com toda a atenção ...
.
