segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O MITO DA MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES .

Vasco Pulido Valente sublinha hoje que "Cavaco foi evidentemente  "o pai
do monstro", muito embora "não tivesse aumentado muito o número de fun-
cionários" ( de 634000 para 638.000). E, acrescenta, Guterres, "quando
fugiu do "pântano", deixou 78.ooo funcionários "

Não sei qual a fonte que VPV na contagem de funcionários públicos ,e ,em
termos de estatistica formal, até deve estar correcta .

Mas não corresponde à realidade .
Em 1995, no início do Governo de António Guterres, o Estado não sabia
quantos funcionários tinha .
Ao proceder ao inventário, constatou a existência de perto de dezenas de
milhares de funcionários com vínculos diversos com o Estado (contratos a
termo certo, sub-contratação a empresas de trabalho temporário, etc.).

Perante este cenário insustentável, o Governo Guterres agiu de acordo com 
a Lei Geral do Trabalho, aplicável a qualquer empresa : integrou na função
pública, pela base da carreira, todos os funcionários com, pelo menos, 3 
anos de vínculo estável com o Estado (subordinação hierárquica e cum
primento de horário de trabalho ) .

Eram cerca de 70000!

Ou seja, durante a "década" do cavaquismo, o Estado contratou 70000 
funcionários em vínculo precário, escondendo-os das estatísticas oficiais .
Posteriormente, o PSD já teve, por diversas vezes, a desfaçatez de acusar
o Governo de Guterres, de ter dado emprego a 70000 "boys" .

Mas são hábitos que difícilmente se perdem .

Seria curioso saber quantos funcionários existem hoje, após mais um go-
verno de direita, com contratos e vínculos precários com o Estado .

Publicado por Mário Garcia,
Domingo, 19 de Junho, de 2005 .
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