os piscos de peito ruivo
chegam sempre na mesma altura
voltam sempre ao mesmo lugar
vêm passar o inverno conosco
vieram esta semana
conheço o seu esvoaçar
andam de ramo em ramo
gosto do seu peito laranja
sei de cor o seu piar
o seu jeito de de saltar
passam perto muito perto
tão mansos de encantar
quase querem falar comigo
mas nunca os consigo apanhar
o outono puxa já o nosso inverno
acabaram os calores de abrasar
vem aí a imensa tempestade
que tudo vai alterar.
prepara o terreno
para renovar a natureza
tudo volta ao seu lugar
só a minha mágoa não tem estações
não tem pausas nem abertas
nem dias para descansar.
é sempre noite de breu
um ferro em brasa a queimar
nasce o sol mas não o sinto
de tanto escuro apagar