quinta-feira, 24 de novembro de 2016

A BESTA HUMANA .

Quando era miúdo, curioso como poucos, ia espreitar
os livros que os meus pais liam, muitas vezes atraído
pelos títulos estranhos, que eu não conseguia descor-
tinar .

Um desses livros chamava-se

A BESTA HUMANA,

de Emile Zola, uma obra bem gorda, com dois
volumes .

Meti o dente e comecei a ler um pouco ao acaso, mas
logo desisti, porque não entendia nada sobre o teor do
romance .

Só mais tarde, fui entendendo, a pouco e pouco, que a
besta humana éramos todos nós, capazes de fazer o mel-
hor, mas também executar as piores atrocidades alguma
vez cometidas pelo género humano .

Na altura, a besta humana era incarnada pelo anti semi-
tismo  patente desde sempre, na história da humanidade,
mas, centrada então no CASO DREYFUS , um mi-
litar judeu acusado de traição, só pela simples razão de
ser judeu .

Foi então que o célebre escritor publicou o famoso  

Manifesto intitulado 

J`ACUSE, 

que levantou a Nação Francesa contra a injustiça feita
pelos mais altos magistrados e militares da sociedade da
França .

Depois de muito tempo, o militar acabaria por ser ilibado,
mas ficou para sempre manchado pela vergonha de um
país que se intitulava o paladino da Justiça e da Liberdade .

O Nazismo espreitava uma oportunidade 
para emergir das profundidades da pulhice 
humana .

A Besta humana já andava à 
solta .
.