domingo, 28 de junho de 2009

10º Postal.

Como é estranho o silêncio no campo, longe do bulício dos grandes
centros.
Varia com o nosso estado de espírito, e com as horas do dia.

Há um silêncio interior, profundo, quando meditamos, quando
reflectimos ou recordamos, quando nos sentimos em PAZ.
Nada, nem ninguém consegue quebrar essa tranquilidade profunda.

Há o silêncio das noites esquecidas, companheiro da solidão e da insó-
nia, de braço dado com a vigília e a esperança.
Esse silêncio é como um relógio de sala, que marca o tempo dos cães
que rabujam pela noite adentro, ou de algum galo que se enganou
nas horas.

E há o silêncio vincado pelo tédio do tempo infinito, em que nos perde-
mos e pairamos no nada.
Despertamos repentinamente, com o carro que passa á pressa,
tocando a buzina, para avisar os compradores.
Outras vezes é quebrado pelo zunir dos insectos que nos ferram o
corpo, sem dó, nem piedade..

Por vezes, o silêncio é uma sensação perturbante, outras é um
bálsamo abençoado.

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