Vagueio muito aqui à volta da aldeia.
À medida que me vou afastando, verifico que, cada vez mais,
os frutos ficam nas árvores, debicados pela passarada, vão secando,
e acabam por apodrecer no chão.
Ninguém os apanha, ou aparece para os comer.
A emigração e a procura do litoral, deixou as terras desocupadas,
ou ao abandono.
Começam a regressar alguns emigrantes.
Há também alguns turistas (muitos deles pensionistas de países estran-
geiros), mas os frutos não representam já, uma importante actividade
económica, como no passado.
Os figos e ameixas e outras frutas, ficam por aí.
Este facto, faz-me retomar a história do padre que veio estabelecer-se
na aludida paróquia do sul, dias antes:
- Então, e se nós apanhássemos alguma fruta todos os dias, e a oferece-
ssemos a pessoas necessitadas?".
Era uma maneira de ajuda os outros e o País.
O pão que sobra à riqueza,
devidido com rezão,
matava a fome à pobreza,
e inda sobrava pão.
Cante alentejano.
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