Se cá estivesses, Pedro,
quantos comícios,
quantas sessões de campanha,
quantos almoços, jantares,
terias ajudado a organizar.
Quantas noites a preparar as listas,
a convencer as pessoas,
a remover teias de aranha,
a explicar, a explicar,
o porquê das eleições.
Se cá estivesses, Pedro,
quantas conversas, quantos mails,
quantas chamadas e mensagens,
a dizer das tuas razões,
a transmitir os teus desejos,
os teus anseios, os teus sonhos,
os teus planos e objectivos.
A derrubar as dúvidas dos outros,
divulgar os teus projectos,
e propalar os teus ideais.
Se cá estivesses, Pedro,
o que não farias pelas tuas causas,
sem discussões, sem disputas,
sem guerras, sem rodeios,
usando apenas a razão,
o teu poder de persuação,
a tua inteligência,
a tua determinação,
a tua clarividência,
o teu poder de síntese.
Se cá estivesses, Pedro,
como tudo seria diferente,
quer ganhasses, quer perdesses
(às vezes também perdias),
mas isso já não faria diferença.
mesmo perdendo,
irias de novo à luta,
nunca desanimavas,
abririas caminho em frente,
enfrentando novos combates.
Mas agora não estás, Pedro.
Não estás físicamente,
estarás sempre em espírito.
Então combaterei ao teu lado,
Mesmo que a batalha seja dura,
seja árdua e desigual,
sei que iremos triunfar,
não te deixarei ficar mal.
Talvez então fiques a rir-te
sozinho, por dentro, lá no céu.
Um grande abraço.
.