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O futebol era uma das grandes paixões do Mário Pedro .
Vivia cada hora do dia do encontro, como um ritual me-
ticuloso, até entrar na Catedral da Luz .
Era quase um acto religioso, ou não fosse o estádio um
verdadeiro local de culto .
Combinar com os amigos, escolher os lugares, marcar e
comprar os bilhetes, discutir a táctica e os artistas
seleccionados, dicas sobre o treinador, provocações dos
amigos de outros clubes rivais .
E finalmente o jogo .
Os golos, de um e de outro das equipas, eram os momentos
de explosão e de alegria, e por vezes, de tristeza.
Depois havia aquela ola maluca, e os cânticos exarcebados
e até os insultos ao árbitro e aos adversários.
Quando ganhava, era a grande felicidade .
Era mais um balão de oxigénio, era o prémio ambicionado
de momentos de glória, que duravam até ao jogo seguinte .
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