Quando viajava pelo estrangeiro, sobretudo quando ia em
serviço, passava sempre por duas fases distintas, uma em
que ia ansioso por novos conhecimentos, factos , pes-
soas, e vibrava com o deslumbramento que sentia em cada
terra que visitava ou revisitava .
Depois de alguns dias, cumpridas as minhas tarefas, esta-
va desejando o regresso, com uma enorme vontade de acres-
centar algo de novo ou de inovador, em prol do meu País .
Vivia ambas as fases com paixão .
Passado algum tempo, os meus anseios logo se desvaneciam,
e começava a ganhar força, a minha vontade de viajar de no-
vo.
Assim fui conhecendo um pouco o mundo, acrescentando sem-
pre novas ideias, novos sonhos, descobrindo novas gentes,
novas realidades .
Julgava eu, poder contribuir para me conhecer melhor, co-
nhecendo os outros, designadamente os que me eram, são,
mais próximos .
Pura ilusão ...
O Mundo está a dar uma grande cambalhota.
Não prevejo um futuro radiante ;
longe disso .
Pode ser que já amanhã, logo cedo, veja as coisas um pouco
menos cinzentas .
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