Até há bem pouco tempo, a minha relação com a internet e quejandos
era muito ténue, e por vezes, algo tempetuosa.
Depois, por razões afectivas, tornei-me num blogger quase compulsivo.
Tento comunicar com o nosso filho, mostrar-lhe as grandes diferenças en~
tretando ocorridas, recordar com ele muitas coisas e acolher-me
na sua inspiração.
Quero manter intacto o seu legado.
Quero honrar a sua memória.
Quero também partilhar com os seus amigos e com os meus também, coisas
em comum, ideias, princípios, ideais, recordações e afectos, chamar a
atenção para a beleza, a justiça, a verdade, a solidariedade, sentimen-
tos que sempre o nortearam.
Qual D. Quixote de 2ª, atento mas dasinteressado.
Farei tudo para não o (vos) decepcionar e corresponder às suas(vossas)
expectativas.
Fala-se hoje muito em redes sociais. Sinais dos tempos.
A vida mudou muito no último meio século.
Que diferença, meu Deus...
Mas que saudades das tertúlias dos cafés, das intermináveis discussões
nos cine-clubes, ilusóes nas associações de estudantes, nos bailes nas
colectividades desportivas e culturais.
Tenho saudades do cheiro a papel impresso recentemente, de sentir o pas-
sar os dedos pelos jornais acabados de sair das rotativas.
Mas as maiores saudades que eu tenho, são de olhar as pessoas cara
a cara, sentir-lhes o bafo, comungar de perto os seus sentimentos, os
seus anseios, as suas dôres e alegrias.
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