segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Barak Winner Obama ?

A propósito de um artigo saído hoje no Diário de Notícias não quis deixar de acrescentar algo.

Apesar da vantagem referida de 277 grandes eleitores para Obama, retirada muito provavelmente da página do Real Clear Politics, existem considerações a ter que poderão influenciar os próximos dias de campanha.

Não me vou alongar muito sobre o próximo, e último, debate televisivo de 4ª feira, sobre o efeito que a "possível" resolução imediata da crise financeira poderá ter como estímulo a McCain, que tem sido muito afectado por ela, ou sobre o clima derrotista que trespassa grande parte do lado republicano, onde já há quem tema que o efeito Obama possa afectar muitos dos seus candidatos a Governador, Senadores ou Representantes (já existem Republicanos, Lee Terry-Nebraska, a publicitarem em anuncios apoiantes seus como sendo "votante Obama-Terry").

Queria sim alertar para algumas condicionantes que vão para além do efeito Bradley, ou para a importância deste não analisada ao pormenor.

Efectivamente existe o receio por parte de democratas, especialmente do seu staff, do perigo que o preconceito racista poderá representar no dia da votação, na altura exacta do voto, especialmente se aliado ao factor vitória segura que poderá desmobilizar alguns votantes.

Tudo isto torna-se muito importante nesta eleição pois Obama veio rasgar o tradicional panorama eleitoral americano e os estados que poderão ser decisivos para o dia 4 de Novembro.

É um facto que Obama tem neste momento a vitória à vista, com base nos estudos de opinião actuais, e está a ganhar pontos em estados até há pouco impensáveis como o Dakota do Norte ou a West Virginia. Também é verdade que quando nas sondagens nacionais McCain esteve com 2 pontos à maior, Obama era declarado vencedor nos grandes eleitores.

Porque então não descola mais Obama nos estudos nacionais se em estados tradicionalmente Republicanos consegue recuperar quase 15 pontos relativamente às 2 vitórias de Bush sobre Kerry e Gore ?

Acontece que Obama não tem nalguns estados tradicionalmente Democratas a simpatia dos eleitores que é hábito nos anteriores candidatos, de que é exemplo o estado de Massachussetts. O que talvez se possa chamar efeito Obama diminuiu as diferenças eleitorais entre os vários estados americanos, talvez por paradoxalmente tornar as bases eleitorais de cada candidato mais distantes.

Veja-se a matriz da origem das várias populações, talvez mais importante que nunca nestas eleições.

Esta subversão do tradicional panorama eleitoral pode ser indicativa de surpresas de última hora, seja num sentido seja noutro, nomeadamente em estados menos tradicionalmente disputados, visto serem muito poucas as últimas sondagens aí realizadas.

Veremos os próximos dias...
 

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