Já nos tempos em que os animais falavam, que as lutas de galos eram,
durante a refrega, acompanhadas pela guerra das palavras.
Hoje em dia, a batalha verbal levada a cabo pelos intervenientes, é tam-
bém travada pelos acompanhantes directos - acessores, conselheiros, cro-
nistas, comentadores, chocas e poedeiras, frangas e franganotes, e público
em geral.
No início, o paleio é sempre muito correcto politicamente, mas depressa
se transforma em mentira, insinuação, intriga, ataque pessoal, ofensa, em
que tudo vale.
O presente combate que se vai realizar vai ter, frente a frente, um galo
velho, contra um galo ainda jovem.
O galo velho é experiente, matreiro, convencido, ardiloso e desajeitado.
O galo novo é caturro, teimoso, intrasigente, inconstante e decidido.
Diz a sabedoria popular que os dois galos não podem coexistir na mesma
capoeira.
Há lugares no mundo, onde a luta acaba sempre com a morte de um dos
contendores.
No nosso país, o combate tem fim, quando um dos galos acaba por baixar
a crista.
Aguardemos o desfecho.
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