sábado, 4 de abril de 2009

Porquê tanta corrupção ?.

Foi ainda no tempo do Conselho da Revolução, que o então Major Costa Brás,

Presidente da Alta Autoridade contra a Corrupção, veio à televisão explicar

que o conceito corrupção se aplicava somente quando estavam envolvidas

personalidades que integrassem quaisquer Órgãos do Estado Central ou das

Autarquias Locais.

Fiquei deveras espantado.

Mas assim é de facto.

Quaiquer que sejam as vigarices, falcatruas, arranginhos, patifarias, cometidas

por gente não abrangida pelas categorias atrás referidas, não se enquadram

naquele conceito.

Se estas pessoas practicassem esses actos deploráveis, das duas, uma, se não

fossem descobertas, estava tudo na maior; se se descobrisse, a malta da

chamada Sociedade Civil, em regra, ainda era elogiada, por ser muito

esperta, ter jeito para o negócio e para construir o futuro.

Normalmente imperava a lei do silêncio, pois o receio do ridículo era grande.

Assim, a maioria das tramóias, ficava enterrada nos gabinetes, a não ser

que algum grandalhão ousasse fazer queixa, ou se alguém tivesse alguma

ligação com o Estado.

Talvez isto ajude a explicar por que razão a lepra da corrupção se tenha propa-

gado tanto, e tão depressa.

A impunidade era, e é ainda, a regra geral.

O silêncio é a alma do negócio.

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