quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

CARTA A UM JOVEM SOCIALISTA - 4 .

Twikight  Zone

Pedro :

Ai filho, se tu cá estivesses...

Terias certamente ajudado  a resolver todas estas 
trapalhadas do PS,
e terias combatido firmemente as golpadas desen-
volvidas pela tropa fandanga da direita .

Confesso que já não consigo alinhar completamen-
te todos os episódios da guerra de sucessão entre
Seguro e Passos Coelho, que este viria a ganhar, em
circunstâncias estranhas .

.

O governo de Passos Coelho/Paulo Portas, viria a 
comportar-se como o mais reaccionário desde o 25
de Abril .
Propagandeado até à exaustão, prometendo tudo 
com vista à obtenção do poder,
começou, sem qualquer acordo, compromisso ou con-
versação com os outros partidos, mas com total bene-
plácito do PR Cavaco Silva, 
a cumprir quatro longos e sofridos anos de total des-
truição  do País, e das conquistas que haviam sido con-
quistadas após a Revolução Portuguesa .

Portugal era agora comandado do exterior, através do 
chamado Memorando de Entendimento, um instrumen-
to de implementação de uma política de enorme austeri-
dade, criando imensas dificuldades aos mais desprotegi-
dos, e um grande rombo em toda a classe média, com a
desculpa/mentira, de que Portugal estava a viver muito
acima das suas possibilidades  .

Foi no tempo da Troika, monstro encabeçado pelo FMI, 
acolitado pelo BCE e pela UE .
Houve um grande empréstimo a Portugal, para paga-
mento de dívidas e provimento da capitalização da Ban
ca .

Houve enormes cortes (alguns, muitos inconstitucionais)
visando os salários e as pensões dos funcionários públicos,
um corte drástico em todos apoios sociais, feitos de for-
ma completamente indiscriminada , reduzindo à miséria,
Milhões de portugueses .
Para ajudar à festa, o governo de Cavaco proporcionou 
uma brutal subida de impostos .

O resultado de tal política (indo para além da Troika, 
como gostava de salientar, o chefe do Governo ), não re-
solveu nenhum dos problemas a que se propusera .

Pelo contrário :

Não reduziu o défice .

Aumentou a dívida pública e 
privada .

Aumentou o desemprego .

Pioraram as condições de vida 
da maioria povo português .

Acresce que tudo isto foi feito em conivência entre Governo,
PR, e Parlamento,
à revelia dos organismos oficiais, que eram obrigados a usar
dados falsos ou maquilhados .

Aspirava-se pelo fim deste pesadelo,
e não foi fácil protagonizá-lo .

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