PEDRO :
Chegado a este ponto da carta, empanco .
Para ti, para nós, o Secretário Geral do PS foi,
durante muitos anos, o TÓ ZÉ, e não nos foi
fácil alterar esse estatuto .
Que dizer de um dos teus melhores amigos, com
quem partilhaste muito dos teus esforços e dos
teus afectos .
Provavelmente não irá ficar na grande História .
Como líder de transição, teve que fazer a grande
travessia do deserto, maltratado à esquerda e à di-
reita, dentro e fora do Partido .
Não soube ou não foi capaz do apagar rótulo de
comprometido com a Troika, mas também não te-
ve a coragem e o tempo suficientes, para descolar
da direita, do PR e dos agiotas que tomaram de
assalto o poder .
Vivemos tempos muito difíceis .
Tornou-se um líder a prazo, um alvo fácil a abater,
traído e abandonado, encurralado entre Costistas e
Socráticos, desprezado por toda a gente á direita
e esquecido à esquerda .
Facilmente foi trucidado por todos, designadamente
pelo bando de António Costa .
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