domingo, 3 de janeiro de 2016

TRAZ O DESASTRE .

Traz o desastre, 
Traz o desastre .

Era assim que os ardinas apregoavam os jornais,
ao correr desde a Rua de O Século, até se espalha-
rem pelo Rossio e por toda a Cidade .

Traz o desastre.
Traz o desastre .

Os mais atrevidos, gritavam bem alto

Lisboa, Capital,
República, Popular .

No escuro da noite, assinalavam os quatros ves-
pertinos, que à época, se publicavam em Lisboa .

Era um grito de liberdade que ecoava pela cidade,
mas também uma pequena homenagem aos homens
e mulheres que faziam chegar as novas até às nossas
casas .
Um pequeno grande gesto de cumplicidade com 
todos nós . Aquecia-nos um pouco a alma, 

reclamando liberdade,

que tardava em chegar .
.