segunda-feira, 10 de outubro de 2016

A EUROPA DE GEORGE STEINER .

Começa assim :

  "A Europa é feita de cafetarias, de cafés .
   Estes vão desde a cafetaria preferida de Pessoa, 
   aos cafés de Odessa, frequentados pelos gangsters
   de Isac Babel .
   Vão dos cafés de Copenhaga, onde Kierkegard pas-
   seava nos seus passeios concentrados, aos balcões 
   de Palermo(...) .
   Desenhe-se o mapa doas cafetarias e obter-se-á um
dos marcadores essenciais da "ideia de Europa".
   
E acaba assim :

  "Com a queda do marxismo na tirania bárbara e na
    nulidade económica, perdeu-se um grande sonho de
    - como Trotsky proclamou - o homem comum seguir
   as pisadas de Aristóteles e Goethe .
   Liberto de uma ideologia falida, o sonho pode, e deve,
   ser sonhado novamente .
   É porventura apenas na Europa que as fundações ne-
   cessárias de literacia e o sentido da vulnerabilidade
   trágica da Condition Humaine poderiam constituir-se
   como base . 
   É entre os filhos frequentemente cansados, divididos e
   confundidos de Atenas e Jerusalém que poderíamos re- 
   gressar à convicção de "a vida não reflectida" não é 
   efectivamente digna de ser vivida ".
.