Começa assim :
"A Europa é feita de cafetarias, de cafés .
Estes vão desde a cafetaria preferida de Pessoa,
aos cafés de Odessa, frequentados pelos gangsters
de Isac Babel .
Vão dos cafés de Copenhaga, onde Kierkegard pas-
seava nos seus passeios concentrados, aos balcões
de Palermo(...) .
Desenhe-se o mapa doas cafetarias e obter-se-á um
dos marcadores essenciais da "ideia de Europa".
E acaba assim :
"Com a queda do marxismo na tirania bárbara e na
nulidade económica, perdeu-se um grande sonho de
- como Trotsky proclamou - o homem comum seguir
as pisadas de Aristóteles e Goethe .
Liberto de uma ideologia falida, o sonho pode, e deve,
ser sonhado novamente .
É porventura apenas na Europa que as fundações ne-
cessárias de literacia e o sentido da vulnerabilidade
trágica da Condition Humaine poderiam constituir-se
como base .
É entre os filhos frequentemente cansados, divididos e
confundidos de Atenas e Jerusalém que poderíamos re-
gressar à convicção de "a vida não reflectida" não é
efectivamente digna de ser vivida ".
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