sábado, 9 de abril de 2016

A DISCRIMINAÇÃO .

Só muito recentemente se procedeu à unificação das universidades
em Lisboa, e não foi fácil o caminho feito para se conseguir atin-
gir esse objectivo .

Passou a haver um Universidade Única .

Parece coisa pouca, mas foi um grande salto para as instituições uni-
versitárias e para o País .

A diferenciação entre as universidades Clássica e Técnica, era qua-
se  insultuosa, pois escondia uma classificação classista.
A  primeira recebia as elites que se dedicavam às chamadas Humani-
dades, o Direito, a Medicina, a Fisica, a Matemática; 

A Universidade Técnica ocupava-se de coisas mais simplórias, tais 
como  as diversas Engenharias e as Artes Aplicadas, coisa mais vira-
das para profissões mais prosaicas , 

A discriminação já fora muito mais escandalosa durante os tempos do
regime salazarista, que impedia o acesso de estudantes da Técnica, a
frequentarem as instalações da Cidade Universitária de Lisboa .

O Orfeão Académico de Lisboa, onde tive a honra de cantar, era clan-
destino, denominado Orfeão da AEIST / Associação de Estudantes do
IST), e era interdito  ao convívio das alunas da Fac. de Letras, entre
outras raparigas da Univ. Clássica . .

Só com a boa vontade do Prof. Luís Almeida Alves, meretíssimo Dir-
ector daquele Instituto, dando cobertura às acções coralistas, 
foi possivel implementar tal actividade musical .

Toda a minha vida, fui sujeito a todo o tipo de discriminações, umas
quase ridículas, outras de enorme gravidade, algumas nos tempos do
Fascismo, mas outra já em plena Democracia .

Falarei disso a seu tempo, se a ocasião se proporcionar .
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