Rádio Moscovo não fala verdade,
não fala verdade .
Mataram a informação, só ficou o Circo .
Restou o Show Off .
Uma mentira repetida mil vezes, acaba por transformar-se
em verdade .
Trás o desastre, trás o desastre, gritavam os ardinas do Bairro
Alto, tentando enganar os parolos como eu .
Lisboa, Capital, República Popular,
eram a provocação feita por eles, glosando o nome dos 4 ves-
pertinos então publicados em Portugal .
Quando era mais novo, na minha fase mais militante, passava
longas horas sintonizando e ouvindo as rádios proíbidas, em
onda curta, e o meu Pai acordava a meio da noite e dizia-me pa-
ra ir dormir, que amanhã tinha que ir para a Escola .
Recordo uma piada do Mestre Vilhena, um postal com dois rica-
ços no café, em que um dizia, então ó Compadre, já sabe as últi-
mas notícias do País .
Ao que o outro respondia, não sei Compadre, ainda não li os jor-
nais estrangeiros .
Durante o Serviço Militar Obrigatório, ( cinco anos, sessenta me-
ses perdidos, de que ainda ando `procura), sorvia de fio a pavio,
o Diário de Lisboa, um jornal de referência para a Esquerda .
Mais tarde, durante o Prec. de 1974 e 75, lia o Página 1, até re-
bentarem com ele .
Depois a Direita, leia-se, o Poder Económico, tomou conta de
quase todos os órgãos de comunicação social, num cerrado duelo
entre prostitutas e proxenetas .
Com os acontecimentos da 2ª. Guerra do Iraque, o Sol da Liberda-
de amarelecia, e mais tarde apagou-se de vez .
Hoje ouvimos apenas notícias requentadas, embrulhadas em papel
do lixo, muitas delas sem fazer qualquer nexo .
O ressuscitado Diário da Manha, continua a fazer a propaganda dos
desastres acontecidos pelo mundo fora , com uma sem vergonha im-
parável .
Mais abjecto, ainda é o uso e abuso das chamadas redes sociedades,
que conduzem à estupidificação e à massificação quase total dos nos-
sos Homo Sapiens .
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