Com dois pauzinhos
se faz uma cabana .
Primeiro que tudo é preciso que haja frio .
Vontade de fazer o fogo .
De brincar com o fogo .
Há gente que não está para aí virada .
São uns encalorados .
Com medo de se queimar .
Outros não têm fósforos, não sabem fazer o lume, não
conhecem o prazer que o quentinho dá e nem sequer
arriscam o mínimo .
Mas a necessidade aguça o engenho .
Escolhe-se um sítio recôndito,
bem aconchegadinho, longe dos mirones, e preparam-se
os pauzinhos cuidadosamente, de modo a fazer num pe-
queno monte, junta-se um pouco de papel e trabalha-se
de modo a deixar passar o ar, para permitir uma boa
combustão.
Chegado o momento, quando se está no ponto, saca-se
da caixa de fósforos e fricciona-se com decisão, mas sem
quebrar o pauzindo, pois podem queimar-se os dedos .
Às vezes não acende à primeira .
Tem que tentar-se de novo .
Eis que o fogo espirra
com alguma violência
e está preparada a chama para nos embalar,
e nos saciar os sentidos .
Depois, é a gente deixar-se ficar a curtir a lareira, até nos
consolar-mos à vontade .
Parece difícil,
mas com um pouco de jeito, chegamos lá .
.