domingo, 17 de dezembro de 2017

A LAREIRA .

Com dois pauzinhos 
se faz uma cabana .

Primeiro que tudo é preciso que haja frio .
Vontade de fazer o fogo .
De brincar com o fogo .

Há gente que não está para aí virada .
São uns encalorados .
Com medo de se queimar .
Outros não têm fósforos, não sabem fazer o lume, não 
conhecem o prazer que o quentinho dá e nem sequer
arriscam o mínimo .

Mas a necessidade aguça o engenho .

Escolhe-se um sítio recôndito,
bem aconchegadinho, longe dos mirones, e preparam-se 
os pauzinhos cuidadosamente, de modo a fazer num pe-
queno monte, junta-se um pouco de papel e trabalha-se 
de modo a deixar passar o ar, para permitir uma boa 
combustão.

Chegado o momento, quando se está no ponto, saca-se 
da caixa de fósforos e fricciona-se com decisão, mas sem 
quebrar o pauzindo, pois podem queimar-se os dedos . 

Às vezes não acende à primeira .
Tem que tentar-se de novo .

Eis que o fogo espirra 
com alguma violência

e está preparada a chama para nos embalar,
e nos saciar os sentidos .

Depois, é a gente deixar-se ficar a curtir a lareira, até nos 
consolar-mos à vontade .

Parece difícil, 
mas com um pouco de jeito, chegamos lá .
.