A Branquinha foi a coisa melhor que me aconteceu
nos últimos tempos .
Quando veio para nossa casa era um pequeno novelo
de lã, pouco maior do que a minha mão, branca e le-
ve como a neve .
É uma gata Red Point .
Toda branca, só por volta do ano de idade começou
a ganhar alguma coloração acastanhada nas suas ex-
tremidades .
Muito rebelde de início, esperta brincalhona, faz-nos
companhia o dia inteiro .
Foi apanhada por amigos nossos, caçada por ser a ma-
is afoita da ninhada .
Está sempre à nossa espera, pressente a nossa chegada,
mesmo que esteja ferrada a dormir .
Corre, pula, salta, brinca com tudo o que tiver à mão,
joga à bola, come bem e dorme e ainda melhor .
Passa o tempo a fazer-me guarda de honra, anda sem-
pre atrás dos donos, espera que eu me levante para ir
comer, aguarda pela dona à porta da casa de banho,
e depois põe-se em posição de ser devidamente escova-
da para retirar o pelo .
O dia começa muito cedo, mas espera pacientemente
pelo dono, mal pressente que eu estou acordado .
Gosta de ir à rua, que é a primeira metade do patamar
do nosso 4ª. andar, depois vem e retoma o resto da co-
mida . Refila se é agarrada, mas depois sabe-lhe bem
estar um pouco ao colo, a ver as janelas .
Já há muito tempo que dorme ao meu colo, como se
fosse uma criança . Antes de dormir, toma um grande ,
banho, acabando por vezes a lamber-me a mim, de ca-
minho .
A gatita é viciada em comida, corre sempre para a co-
zinha, à espera que lhe cai no prato mais um pouco de
bolachas .
Eu procuro ser exigente com o animal, mas a minha uu-
lher atura-lhe o vício .
Sabe-se que as mulheres são um pouco mais permissivas
e o animal vai aumentando de peso .
É preciso fazer dieta .
É muito asseada, nunca sujou nada, só que às vezes, a fa-
zer as suas necessidades, não acerta com o penico .
A fase de arranhar está a diminuir, mas ainda joga as un-
has, por instinto .
Há dias, zangou-se com a veterinária, e foi bom de ver a
luta entre as duas , luta que a gata ganhou aos pontos,
pois acabou por não deixar cortar as garras todas .
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