sexta-feira, 19 de março de 2010

A GALINHA sem CABEÇA.

Recupero grande parte da crónica publicada ontem no Diário
de Notícias, pelo jornalista Jorge Fiel, sob a forma de fábula.
Já escrevi em tempos sobre o tema, mas tomando a minhoca
como exemplo, em vez da galinha.

Quando se quer matar uma galinha, sem grande sofrimento,
usa-se uma faca bem afiada, e dá-se um só golpe de misericór-
dia.
Acontece que o animal estrebucha, mas antes de morrer, dá
ainda alguns passos pela cozinha, antes de cair redondo.
O mesmo se passa com a cobra, quando lhe cortam a cabeça.
Tenta usar os dentes venenosos para atacar, mas o bicho já
está morto.

A apanhar com os estilhaços da novela laranja em cartaz, pen-
sei que o diferimento entre a morte e a nossa percepção dela
também se aplicava a partidos polítitcos, e não só a cobras,
galinhas e minhocas.

Continua o articulista:
Tendo a concordar com Santana Lopes quando ele diz que
"o PSD está completamente desfeito" e "não tem sido um par-
tido, mas uma casa de ódios".
Percebo o pânico de Carreira, o líder do PSD de Lisboa, quando
avisa: "temos que travar esta loucura".
Acredito em Marcelo, quando garante que o próximo líder não
vai durar mais que dois anos".
E acho que Jardim, muito optimista admite que " o PSD não tem
conserto".

O mais provável é que o PSD já esteja morto, tal como a galinha,
e a malta ainda não tenha reparado porque, apesar de já não ter
cabeça,está a fugir pela rua abaixo, e batendo furiosamente
as asas.
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