quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

OS REFUGIADOS .

Recordo a crise dos refugiados durante e no fim
da IIª Guerra Mundial, pelo que ouvia pela Rádio 
e pelas histórias que se iam passando à minha
volta, evocadas por familiares e amigos .

Não havia ainda televisão, pelo que a minha apro-
ximação ao tema, era dada pelos jornais e através
do meu envolvimento com a realidade que me 
cercava .

Vieram para a minha terra várias crianças de dife-
rentes nacionalidades - Austríacos, Franceses, Ale-
mães, recebidos em famílias com posses .
Pude assim contactar com alguns desses refugiados,
em especial com o meu amigo Jacques, com quem 
brincava, em casa do Dr. Calixto Pires, grande ami-
go do meu Pai .

Nesse tempo, vivia-se muito mal em Portugal, desi-
gnadamente entre as classes mais necessitadas .
Havia racionamento de alimentos e materiais, em re-
gime de grande austeridade, uma vivência austera,
economia de substicência, aproveitamento e recicla- 
gem de tudo .

Com a vinda das crianças fugidas da guerra, pude,
pela primeira vez, jogar com brinquedos a sério .

De certo modo, acabei eu também vestir a pele de 
um refugiado de guerra .