Águas passadas não movem
moinhos .
Não mais deitar água em cima do fogo .
Não mais arrombar a gruta das mil e uma
noites .
Não mais estacar o sangue com sal da cozinha .
Não mais sorrisos que escondam a dor e a an-
gústia .
Não mais retratos que distorçam a realidade .
Não mais deixar correr o tempo, à espera do
brinde sonhado .
Não mais risos e gargalhadas contagiantes .
Não mais engendrar planos de impossível consu-
mação .
Não mais preconceitos e embustes disfarçados .
Não mais cortinas de escuridão, tapando a luz da
vida .
Não mais mendigar as migalhas de um afecto
antigo .
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