quarta-feira, 4 de março de 2009

Carta a Alegre

A MIM NINGUÉM ME CALA, é o seu grito de guerra.
Mas afinal o amigo Alegre continua calado que nem um rato, não tuge nem muge.
Do alto das suas barbas, continua a manter magestaticamente o tabú:
Saio, não saio ?
Crio ou não um novo partido?
Alio-me à estrema esquerda ou fico quieto e sossegado?
Até parece o Dr. Cavaco, nos seus melhores momentos.
Eu bem sei que gente fina é outra coisa, e pode dar-se ao luxo de saborear os prazeres desta vida, e da outra, curtir o poder, por direito próprio, que não para servir o POVO.
É o papel reservado aos Príncipes e às Primadonas.
Acho que Manuel Alegre está a prestar um mau papel ao Partido e ao País, a si tanbém...
Mas olhe que o camarada (não sei se ainda o posso tratar desta maneira) arrisca-se a ficar sem nenhum pássaro na mão.
Cinco anos passam num instante, e já não será então, altura de brincar aos Presidentes.
Custa-me ver um Homem e um Poeta da sua envergadura, travestido de político omnisciente, prestar-se a representar um papel secundário na nossa Democracia.
Porque não se assume de uma vez por todas?
Porque não joga às claras?
Para quê tantas manobras?
Habituei-me a respeitar a sua linhagem, o seu desempenho na oposição ao regime de Salazar, mas sobretudo, a sua POESIA, em versos que me fizeram vibrar de orgulho e de raiva, tantas vezes.
Todavia, como político, e desculpe a franqueza, é (será) somente um mito.
É o que tem mostrado nos últimos tempos, apesar do seu putativo milhão de votos.
Afinal, esses votos não são seus, são do POVO.

SAUDAÇÕES SOCIALISTAS.
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