terça-feira, 17 de março de 2009

Tolerância

Desde muito pequeno, que nunca tentámos influenciar minimamente as ideias do Mário, política, religiosa, ou até mesmo clubisticamente.
Foi uma empregada nossa, a Júlia, que tomou conta dele durante os primeiros anos, e o namorado dela, o Rodrigues, que o influenciaram subrepticiamente no PS e no Benfica.
Nós tínhamos simpatias diferentes e divergentes entre os dois, o que foi muito positivo para ele.
Deste modo, logo em criança, nas datas mais importantes, o 1º de Maio, e o 25 de Abril, saíamos cedo de casa, pai, mãe e filho, e passávamos o dia nas manifs.
De manhã, iamos à festa da Intersindical; depois de almoço,visitávamos a festa do PS e da UGT; à noite acompanhavamos o Otelo.
Foi deste modo que se foi preparando o caldo cívico e democrático com que ele foi alimentado, desde tenra idade, e que mais tarde lhe iria moldar fortemente o carácter, de onde sobressaía a grande tolerância com que lidava com toda a gente, amigos, simpatizantes, correlegionários e adversários políticos.
Foi com essa tolerância que conseguiu grangear a amizade e a estima, de todos quantos se apoximaram do Mário e com ele privaram, provenientes de caminhos diversos, muitas vezes em espaços e tempos diferidos.
O Mário sempre foi um catalizador de vontades, sempre soube ser o ponto focal de objectivos mais amplos, clarividentes e constructivos.


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