terça-feira, 24 de março de 2009

Dia do Estudante

Vem hoje publicada uma notícia que refere o aniversário do DIA DO ESTUDANTE.
Trata-se de uma abusiva colagem aos importantes acontecimentos que ocorreram durante a CRISE ACADÉMICA DE 1962, colagem levada a cabo por uma certa camada conservadora do mundo educativo.
Haja um pouco de respeito pela verdade dos factos.
O DIA DO ESTUDANTE foi um marco importante na luta pela democracia em Portugal.
Não tem nada a ver com putativas reinvindicações corporativas.
Em 1962, já se tinha dado a tomada dos territórios coloniais portugueses da Índia, pelo exército indiano.
Havia também já eclodido a revolta dos angolanos contra o regime fascista de Portugal.
Em 1961, tinha-se realizado, por pressão do meio estudantil, o dia do estudante, um pouco por todo o país, mas com uma maior incidência em Lisboa.
Em 1962, foi solicitada a autorização a realização daquele evento, tendo havido concordância de princípio, das autoridades.
Eis quando, inopinadamente, Salazar, por intermédio do Ministro da Educação da altura, Paulo Cunha, proibiu a realização do DIA DO ESTUDANTE.
Foi a revolta imediata da maioria dos estudantes.
Foi decretado O LUTO ACADÉMICO, eufemismo usado para significar A GREVE GERAL DOS ESTUDANTES, que veio a prolongar-se até aos exames da 1ª época, com peripécias múltiplas, durante toda a primavera de 1962.
O DIA DO ESTUDANTE foi um dos maiores sobressaltos para o regime fascista, que endureceu drasticamente a luta contra as frágeis e limitadíssimas sementes da democracia.
A crise de 62, veio contribuir grandemente para o fortalecimento da Oposição, e para o recrudescimento da luta anti-fascista em Portugal.
Mais tarde, a crise académica de 1969, constituiu outra das pedras angulares, juntamente com as lutas operárias, que iriam, ao lado da acção dos militares democráticos, contribuir decisivamente, para derrubar o fascismo e conduzir à
revolução do 25 de Abril.
O organismo que dirigia a luta dos estudantes era a RIA (Reunião Inter Associações) de que fizeram parte entre outros, destacados dirigentes estudantis da altura, tais como Medeiros Ferreira, Eurico de Figueiredo, Jorge Sampaio, Vitor Wengorovius e José Bernardino.
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