terça-feira, 28 de julho de 2009

Retomando o passado- O DAY AFTER - II.


Intróito acerca do Prof. Cavaco:
Não gosto e nunca gostei de Cavaco Silva.
Causa-me coceira.
Personagem fria, calculista, oportunista, "que nunca erra
e raramente se engana", mas que engana os outros com
a sua pretensa " Postura de Estado". Acho que não possui
o carácter suficiente para interpretar a mais alta hierar-
quia do Estado.
Diz sempre que nada diz, mas acaba sempre a atacar invi-
esadamente os seus "inimigos" políticos.
O episódio Dias Loureiro/Conselho de Estado, é paradigmá-
tico da sua impreparação e ambiguidade, senão das suas
cumplicidades com as figuras mais gratas da banca social-
-democrata, que afinal só ficou com a má moeda, e nem
sinais da boa moeda descobriu.
Mas Cavaco bem avisou...
Mas o Mário Garcia conhecia bem a peça, e sobre ela se
debruçou atentamente.
Continuemos, então, com o Day After


O DAY AFTER II


Quarta-feira, Janeiro 25, 2006

The Day After - Cavaco Silva
Tal como vinha a ser anunciado aos portugueses há mais de um ano pelos jornais, rádios e televisões, Cavaco Silva foi eleito, no passado domingo,
Presidente da República.
Não foi o tal 'passeio pela avenida' pretendido, mas Cavaco Silva venceu logo à
primeira volta, com 50,6% dos votos.
É uma vitória suficientemente clara.
Em relação ao resto, já quase tudo foi escrito e dito.
Que Cavaco preparou durante 10 anos estas eleições.
Que bastou a Cavaco ir aguentando calmamente a campanha eleitoral (até
porque, a Cavaco, os anos já pesam).
Que muita gente (à esquerda e à direita) continua a dormir tão bem depois das eleições como já dormia antes.
Acrescento apenas uns números.
Em 1986 Cavaco Silva perdeu as eleições para Jorge Sampaio com 2 595 131 dos 5 762 978 votos válidos. Agora, vence com 2 745 551 dos 5 529 289.Ou seja, Cavaco obtém mais 150 420 do que há dez anos atrás (60mil dos quais garantiram-lhe a vitória na 1ª volta).
Por outro lado, votaram menos 233 689 pessoas (60mil das quais garantiram-lhe
a vitória na 1ª volta).
E, já agora, um pequeno comentário.
Nestes dez anos, para além de aprender a sorrir e a falar com os jornalistas, de escrever um ou dois artigos de opinião (essencialmente para marcar espaço na sua área política), Cavaco poderia ter trabalhado a sua faceta presidencial. Podia ter desempenhado funções
internacionais, ter exemplos de intervenção cívica, ter dado a conhecer as suas posições sobre os grandes problemas
do País e do mundo.
Podia ter compreendido que as críticas, as divergências, o contraditório, a própria retórica fazem parte do político que há em todos nós
(nem que seja para discutir futebol).
Cavaco, como bom tecnocrata, preparou o melhor modelo para a sua candidatura e optimizou a sua campanha.
Estudou o estilo de Eanes, Soares e Sampaio para refazer a sua pose.Sondou quais as palavras-chave consideradas 'presidenciáveis' pelos
portugueses.
Enfim, fez o seu trabalho de casa.
Resta-nos esperar que Cavaco Silva faça um mandato à semelhança da sua campanha eleitoral, ou seja, calado e sem exprimir qualquer opinião.
Assim, todos poderemos dormir descansados.

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publicada por Mário Garcia @ 8:34 PM 14 Comentários
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