quarta-feira, 29 de julho de 2009

Retomando o passado - O DAY AFTER -III.


Nota

Sobre Mário Soares, candidato presidencial
de 2006, Mário Garcia seleccionou dois textos,
um da autoria de Bettencourt Resendes, e
outro de Mega ferreira, que ajudam a expli-
car o porquê da enorme derrota, sofrida pelo
antigo Secretário Geral do PS.

Quinta-feira, Janeiro 26, 2006

The Day After - Mário Soares

Sobre Mário Soares, escrevi aqui o que penso.
Sobre a sua candidatura presidencial, campanha e resultado, tenho que concordar, praticamente na íntegra, com o artigo no DN de hoje de Mário Bettencourt Resendes,
«Afinal, sobrevive um "pequeno Portugal" ressentido, que não desperdiçaria a oportunidade de acertar contas antigas, como subsiste também um "Portugal cinzento e sisudo", que não lhe perdoa o optimismo determinado, o cosmopolitismo e o sentido lúdico da vida. E havia ainda - é preciso ter essa lucidez - a percepção de que uma fatia importante do eleitorado o considerava já uma figura com lugar garantido na História e não estava, portanto, disponível para um regresso ao passado.»
Com um considerando adicional: todo o processo de pré-candidatura e candidatura de Manuel Alegre condicionou a campanha de Soares.
Talvez se Soares tivesse estabelecido como objectivo 'apenas' o 2º lugar, a história fosse outra. publicada por Mario Garcia @ 7:44 PM 21 Comentários
.
Quinta-feira, Janeiro 26, 2006

Uma Ideia da República
A ler o artigo de António Mega Ferreira na Visão, do qual eis um excerto:
«Derrotado claramente nas eleições presidenciais de domingo passado, Soares terá cometido o erro ao candidatar-se a um terceiro mandato? É fácil responder que sim, objectivamente; mas eu entendo que não, por profunda convicção pessoal. Bastaria ver a forma como confrontou Cavaco Silva, ao longo de três meses de uma extenuante campanha, para perceber que, para todos os que votaram nele, a sua candidatura não foi um erro; e que, se o que o PS pretendia era o que fosse melhor para Portugal, então também a escolha da direcção socialista não foi errada.
Se descontarmos os candidatos que foram a jogo apenas para delimitarem territórios partidários, o único que fez uma campanha na qual é possível reconhecer uma certa ideia da república foi Mário Soares. Foi o único que não prometeu o que não podia fazer - e por isso lhe chamaram o candidato do 'não', apenas porque resolveu falar a verdade aos portugueses sobre os poderes presidenciais; o único para o qual o texto constitucional não é letra morta ou relíquia inconveniente; o único que, nem directa nem indirectamente, se deixou embalar pelas sereias da demagogia antipartidária reinante à direita- e, pelos vistos, também entre certa esquerda; não renegou filiações, não escondeu apoios, não disfarçou posições incómodas. Foi igual a si próprio: jogou-se todo naquilo que acredita, como sempre fez. Sem ele, esta campanha teria sido um exercício de temor reverencial da esquerda perante Cavaco Silva; com ele, a vitória do candidato da direita ficou no limite do elegível. Soares sofreu uma derrota, mas não saiu derrotado.»
publicada por Mario Garcia @ 6:33 PM 6 Comentários
.