LISBOA
CAPITAL
REPÚBLICA
POPULAR
Um dos postais do célebre humorista José Vilhena,
mostrava o diálogo entre dois gordos capitalistas.
( Os capitalistas têm que ser todos anafados ).
Dizia um :
"Então que me dizes da política nacional ".
E dizia o outro :
" Não sei, não tenho lido os jornais estrangeiros "
Será que estamos mais bem servidos com a
informação prestada, hoje em dia, com os
actuais meios de comunicação social, do que
há meio século ?.
Ou, pelo contrário estamos a regredir, e a
ficar, cada vez mais acéfalos e ignorantes ?.
.
Os grandes jornais publicados em Lisboa, foram durante muitos
anos, foram o Século e o Diário de Notícias, jornais centenários e
que se publicavam de madrugada .
Chegavam ao País, vindos no combóio Correio, ao fim da manhã .
Fazia-se bicha à porta da Havaneza, para ver quem era o primei-
ro a apanhar o 1º exemplar .
Pouca gente se podia dar ao luxo de comprar o jornal . Este era dis-
putado pelos frequentadores dos cafés da terra , aguardando a sua
vez pacientemente .
Um copo de água, um palito e o jornal,
brincavam os mais marotos .
Os vespertinos vinham poucos, em regra por assinatura, como no
caso do República, o jornal do Reviralho .
Ainda não havia televisão,
e o analfabetismo tinha uma enorme dimensão .
Mas quem quisesse ser informado, dispunha dos meios bastantes
para o conseguir .
Havia excelentes Revistas, da responsabilidade de óptimos jorna-
listas e fotógrafos .
O Século Ilustrado, A Vida Mundial, A Seara Nova e outras, deixa-
vam passar a luz suficiente para que chegasse até nós, um pouco do
que se passava no resto do mundo .
Havia ainda a possibilidade de contactarmos com a Imprensa local
e regional, de que o Jornal do Fundão era um exemplo edificante,
e por isso, tantas vezes perseguido pelas autoridades .
Uma outra janela aberta ao mundo era a possibilidade, mais cara é
certo, de contactar com os meios de informação estrangeiros, através
da com a compra directa de quem podia viajar, ou por assinatura
e encomenda postal .
Era difícil acompanhar o que se passava, dentro e fora de Portugal,
mas havia a possibilidade real de o conseguir, assim fosse a vontade
de o conseguir .
E hoje ?...
.