sábado, 20 de agosto de 2016

DESCIDA AO PURGATÓRIO .

O PIB e a tranquilidade das pessoas .

Não quero falar dos imensos prejuízos materiais, de toda
a natureza, que os incêndios provocam todos os anos, em-
pobrecendo cada vez mais, os habitantes do interior flores-
tal, casas, cabeças de gado, alfaias agrícolas, a manta morta,
definitivamente morta, recheios de habitações e de casas au-
xiliares, para os animais, abrigos, 
árvores, arbustos, plantas silvestres, flores, e todo o coberto 
vegetal .

Recordo os danos pessoais, em número de mortos , feridos,
desesperados, gente tresloucada, transida de pelo, pelo avan-
ço selvagem das chamas, quantas vezes ateadas por mãos cri-
minosas, com os olhos vazios de esperança, gente parada, à 
espera do nada .

Bombeiros, VIDA POR VIDA , cansados, perdidos, dias a fio
sem dormir, sem beber, sem comer, como se se tratasse do 
Armagedeão verdadeiro,
e os populares desarmados, esfarrapados, descalços, mirando 
o fogo enorme, como paisagem dantesca, que todos os anos se 
repete, para todo o sempre .

O futuro está no fogo, um dos 4 Cavaleiros do Apocalipse,
um inimigo sem rosto, que se disfarça de demónio, que ataca
tudo e todos à sua passagem  .

Para tudo pode haver nremédio, com mais ou menos esforço 
dedicação .

E para os que perderam a fé,

que já nada os motiva, seja para o que fôr,
mortos vivos, almas penadas, fantasmas per-
didos num canto da floresta, esperando a mor-
te, como salvação .
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