sexta-feira, 5 de agosto de 2016

O MEU ANJO DA GUARDA .

O Gato e o Rato .

O Pedro, todo ele era mocho assumido .
Saiu à mãe .
A noite era o seu habitat predilecto .
Não que não fosse um amante do sol, do calor e da luz .
Adorava-o como se tratasse de um Deus ,
como os egípcios faziam .

Mas a noite era a sua companhia predilecta.
Quantas vezes ia ter com os amigos, quando para muitos,
era já a hora do regresso .
A noite tinha outro encanto .

Quando começou a sair mais tarde, voava no seu Alfa ver-
melho escarlate, acordando a rua inteira .

Eu passava tormentos, sobretudo nas fases em que já estava
mais doente .
Ficava sempre à sua espera, fossem que horas fossem .

Por vezes passava um pouco pelas brasas, e quando eu des-
pertava, já ele dormia a sono alto .

Outras vezes, passava as noites em vela, contando as bada-
ladas, hora a hora, quantas vezes até o sol raiar .


Quando finalmente chegava a casa, jogávamos o jogo da ver-
dade e da mentira, enganando-nos mutuamente .

Ele não fazia nenhum barulho, pensando que eu já dormia .

Eu fingia que dormia, para não mostrar as horas a que che-
gava a casa .

Só depois, 
sossegávamos os dois, manhã adentro .
.