A RIA FORMOSA.
Os meus melhores momentos na praia, foram passados na Ilha de Faro.
Ainda não tinha carro, e a gente fazia a travessia da Ria, de barco.
Ía-mos pela manhã cedo, de chapéu de palha, enfrentando o sol na cara.
Era um encantamento, no alto do barco, vigiando as margens(como na
canção do Rui Veloso), atento às curvas e contra-curvas dos canais da
Ria, modelados dia a dia , pelas marés.
Em regra, aportava-mos na Ilha do Meio, menos frequentada e com o
mar mais mansinhho.
Depois,a praia perdia o encanto.
Então, passava horas a ver os barcos que marejavam dos dois lados da
Ria.
Outras vezes, levava as aguarelas e os marcadores, para tentar alguns
bonecos. Ás vezes conseguindo o meu objectivo, outra limitando-me a
passar o tempo, entre bicas ou sumóis, na esplanada bem protegida.
Era giro adivinhar o trajecto do barco, observando os esguichos do fumo,
à medida que aquele largava de Faro, até à Ilha, e depois, em sentido
inverso.
Quando foi feito o aeroporto, então fiquei mais satisfeito, pois passei
a aliar o meu voyeirismo genérico, pela minha paixão pelos aviões.
PS: O Pinho morreu de pôdre.
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