O IMPÉRIO OTOMANO .
A guerra global está muito mais perto do que as pessoas
desprevenidas pensam . É já ali, junto à rolha de Istambul .
A Europa, continente de paz podre paz, é a gente a falar, ou
já todos se esqueceram do Muro de Berlim, das guerras san-
grentas da então Jugoslávia, a disputa entre a Grécia e a Tur-
quia, a Crise de Chipre e do Arcebispo Makários, a Conquis-
ta do Canal de Suez, as várias Guerras entre Israel e os Ára-
bes, aliados na Palestina, a Guerra Civil na Irlanda do Norte,
a luta do País Basco, contra o domínio de Castela, o terro-
rismo das Brigadas Vermelhas, em Itália, e o terror espalha-
do na então na Alemanha Federal, pelos grupos Bader Mei-
nhof, a guerrilha desencadeada pela OAS, contra a França
Gaulista e , last but not least, o cagaço apanhado pelos burgue-
ses, em França, e um pouco por toda a Europa .
Paz, vou ali e já venho .
Tratava-se em todos os casos, de conflitos limitados, de efeitos
localizados, mortíferos, mas que não puseram em causa, os inte-
resses dos grandes senhores da Europa .
Era para treinar,
para medir o pulso .
Depois, os europeus começaram a saltar a cancela, e já saltavam
para ir à rapina, aqui e ali, em África, no Médio Oriente, caso de
Gibraltar e das Malvinas, caso dos ingleses, um pouco calcando
terrenos africanos, caso da França .
A Alemanha, dividida à força, e depois reunida à força também,
voltou a dar alento aos impulsos agressivos que estão na génese da
desgraça da Europa, e que de há séculos se degladia para conseguir
a hegemonia .
Desgraçadamente, ou talvez não, a Europa é demasiado grande e
soberba, para querer engolir o Mundo, mas demasiado pequena,
para enfrentar as grandes potências globais .
A Europa é um grande cachorro, com mais
olhos, do que barriga .
Ladra, mas já não morde .
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