quinta-feira, 9 de março de 2017

O SOL , O SUL E O SAL .

As  primeiras férias a sério, foi no Verão de 67 .
Foi então que comecei a frequentar a praia, passava-se o dia inteiro
na areia, com um calor de rachar .Quando

Levava-se o farnel, comia-se debaixo do toldo e o dia ia-nos consu-
mindo, chegávamos a casa curtindo um escaldão, e era então que  eu
descansava para o dia seguinte .

Nunca me habituei convenientemente àquela brasa, frequente nas terras
do Sul, uma pessoa das serras, habituado a andar bem tapado, não se
conformava a apanhar tanto sol a peito descoberto .

Depois de uma vida inteira, ainda hoje me parece um pouco irracional,
andar à torreira, sem ter uma razão exequível para tal comportamento .

Os primeiros banhos de mar, apanhei-os  eu numa colónia de férias, 
em Buarcos, Figueira da Foz, dizia-se que faziam muito bem, mas eu
nunca consegui entender a razão para tal tormento .
Havia um banheiro que nos agarrava pelo cú das calças e que nos chafur-
dava a cara enfiada na água, umas vezes atrás das outras, e eu berrava 
que nem um possesso, até me atirarem ao chão .

E a berraria só acalmava com o papo seco enxarcado em doce de abóbora .

Mais crescidinho, repeti a dose na Costa da Caparica, mas já eu substi-
tuira a ida ao banho, pelas espreitadelas ao corpos das raparigas, estendi-
das ao sol, como se se tratasse de uma montra de luxo .

Mais tarde, viria a tomar contacto com a praia real, mas as primeiras im-
pressões de infância, nunca me deixaram curtir o gostopelo Sol e pelo Mar .
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