quinta-feira, 2 de julho de 2009

Postal nº 14.

A idade da vida.


Na aldeia, toda a gente me conhece, e eu não conheço ninguém.
Todos me falam, e todos eu cumprimento.
Quase toda as pessoas são de bastante idade. Benafim é uma terra
velha e de velhos.

-Bom dia, como vai?
-Está melhor, quando vai ao médico?
-Não quer levar uns figuinhos?
-Então sempre vai ser operada?
-Quem é que morreu?

Ja não estava habituado a esta relação de proximidade.
Quando era pequeno também assim era.
Conhecia tudo e todos. A menos que alguém viesse passar férias,
ou então se aparecesse algum caixeiro viajante.
Dei um salto no tempo, e dei em recordar coisas que me são tão
queridas.
Tinha voltado ao passado, por instantes.
Logo, logo, regressei.

-Então, é filho de quem?
-È da família da Rosinha?
-E o seu filho,já se formou?
- É cunhado do Antonico?

As coisas são como hà meio século,
só mudou a idade da vida.

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