quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

O URSO AMESTRADO .

Toma lá, que é democrático .

Parece que voltámos novamente à Idade Média,
revivendo os espectáculos ambulantes das prin-
cipais feiras, onde era tradicional o uso de pal-
haços, bobos, pessoas com deformidades e ani-
mais treinados, ursos, cães, macacos e répteis .

Um dos animais mais usados era o velho urso,
meio doente e maltratado, que fazia uma série 
de palhaçadas, meio desengonçado, tratado à 
paulada, provocando pena e dó do pobre ani-
mal .
Como paga recebia um pedaço de carne podre .

Mas o público, uma misturada de maltrapilhos,
crianças, arruaceiros e patifes encartados, sem-
pre foitos a apoderar-se do açheio, aplaudiam e 
riam à gargalhada, até às lágrimas .

É o regresso ao burlesco, na fase 
mais decadente e degradante, 
apesar dos grandes efeitos especi-
ais e do uso desproporcionado das 
redes sociais .

O Urso, ou o palhaço, é agora um velho ruivo e 
decrépito, vomitando veneno por todos os poros, 
para gáudio de ricos capitalistas raivosos, que es-
tá a incendiar o mundo, um ser desbragado, meio 
louco, e peçonhento, que é levado a sério pelo po-
vo do país mais rico do planeta .

Ao que chegámos ...
.