Se todos os políticos, jornalistas, críticos, paineleiros,
engenheiros e cientistas, e outra piolhagem avulsa, agar-
rasem numa pá e numa enxada e acorressem à floresta
selvagem, que é de todos, e não é de ninguém, e se pu-
sessem ao trabalho para apagar os fogos que medram por
essas serras adentro, e se deixassem de cuspir parvoíces
e despautérios, talvez que conseguissem debelar e a so-
lucionar o insolúvel drama dos incêndios florestais .
É agarrar nas alfaias, e mãos à obra .
Esta escumalha toda ladra, ladra, mas sabe muito bem que
qualquer governo que queira fazer a reforma agrária que
se requer para resolver o doloroso drama da floresta portu-
guesa cai, no dia em que o respectivo Decreto fôr assinado .
E mais governos, uns atrás dos outros, cairão,
inexoravelmente .
É, e será sempre assim .
Até que alguém, um dia, seja pendurado , de cabeça para
baixo, atado a o pinheiro a arder .
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