Quando as obras da barragem do Alqueva estiveram paradas,
durante anos e anos, já com parte do paredão construído
(não sei se foi o Cavaco Silva que precisou da massa para acu-
dirà fúria das auto estradas),
houve um compadre que nele escreveu, com letras enormes,
para que fossem vistas do céu :
CONSTRUAM-ME, PORRA ...
Finalmente, as obras continuaram .
Era esse o sentimento que toda uma região martirizada exprimia
com essa palavra, comungada por todo o Povo Alentejano, habi-
tuado ao sequeiro prolongado, das terras ao Deus dará, e à dure-
za do corpo e da alma de uma região tão mal tratada .
Esses senhores de Lisboa e dos Algarves, não queriam que os co-
munistas bebessem a sua água e pudessem cultivar as suas terras,
deixando-a escorrer livremente para o mar .
Iam somando subterfúgios pseudo ambientais, uns atrás dos outros,
para esconder razões políticas, deixando à míngua e ao abandono
uma extensa parte de Portugal .
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