sexta-feira, 16 de junho de 2017

FRÉMITO DE PAIXÃO .

Ai, quem nunca curtiu uma paixão,
Não sabe nada, não ...

Quem nunca mergulhou no abismo da volúptia
Quem nunca morreu por instantes
e regressou à vida,
e respirou de alívio,
saciado pela ternura do prazer .

Quem nunca se perdeu na ânsia
de alcançar o êxtase,
onde se mistura a doce violência
e a paz gratificante 
dos corpos entrelaçados .

Quem nunca experimentou um encontro cósmico,
à velocidade da luz,
e logo apagando tudo
dentro e fora do próprio corpo,
numa explosão,
como se um raio nos fulminasse .

Só então a paz interior nos consola
e podemos saborear lentamente
a felicidade que parece que não acabar .
Morremos e renascemos no instante,
que tanto desejamos e tememos .

Como se o mundo parasse de repente,
numa pulsão de desejo,
que esmorece pouco a pouco .
Sente-se a tempestade a chegar.
numa faíca prestes a iluminar os nossos seres .

Atordoados,
o tempo pára, sem nos apercebermos .
Somos tão iguais e tão diferentes,
com o mesmo objectivo comum -
a procura da felicidade .

Ai, quem nunca curtiu uma paixão, 
não sabe nada, não ...

Para Pablo Neruda,
que me ensinou a magia das Metáforas .

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