quinta-feira, 29 de junho de 2017

O BANQUETE FANTASMA .

Olhava para as pessoas, mas não as via  .
Parecia que pertenciam a outro espaço e a outro tempo .

Pareciam fantasmas .

Falavam muito e muito depressa e não conseguia acom-
panhá-los . a conversa não tinha qualquer sentido .
Ou então, era eu que tinha a minha cabeça noutro lugar
qualquer, estava presente noutro cenário, movia-me nou-
tro filme, que nada tinha a ver com a minha  realidade .

Era tudo muito estranho .

Seria que tinha voado para outra dimensão ?.
Incarnado outro personagem ?.
Ou será que enlouqueci  mesmo ?.

Ouço as pessoas a falar , talvez para ouvir a própria voz,
na ânsia de mostrar serviço, quiçá para demonstrar que 
existem, ou fazerem prova de vida, como num imenso 

baile de máscaras.

numa noite de S. Pedro . . .

De repente, voltei a mim, cansado, exausto .

Doía-me o rabo, de tanto lutar com a dureza da madeira 
da cadeira .

Aproveitei uma aberta, e caminhei para o Metro .

Ainda por cima, Portugal havia falhado o apuramento para a 
final da Taça das Confederações ...
.