Olhava para as pessoas, mas não as via .
Parecia que pertenciam a outro espaço e a outro tempo .
Pareciam fantasmas .
Falavam muito e muito depressa e não conseguia acom-
panhá-los . a conversa não tinha qualquer sentido .
Ou então, era eu que tinha a minha cabeça noutro lugar
qualquer, estava presente noutro cenário, movia-me nou-
tro filme, que nada tinha a ver com a minha realidade .
Era tudo muito estranho .
Seria que tinha voado para outra dimensão ?.
Incarnado outro personagem ?.
Ou será que enlouqueci mesmo ?.
Ouço as pessoas a falar , talvez para ouvir a própria voz,
na ânsia de mostrar serviço, quiçá para demonstrar que
existem, ou fazerem prova de vida, como num imenso
baile de máscaras.
numa noite de S. Pedro . . .
De repente, voltei a mim, cansado, exausto .
Doía-me o rabo, de tanto lutar com a dureza da madeira
da cadeira .
Aproveitei uma aberta, e caminhei para o Metro .
Ainda por cima, Portugal havia falhado o apuramento para a
final da Taça das Confederações ...
.