Fernando Pessoa foi um grande escritor, disso
não tenho qualquer dúvida, poeta grande, da
cabeça aos pés .
Que tenha vestido a pele de quatro ou cinco
personagens, como nas peças de teatro, ou a
partir das características do momento, da dis-
posição, por necessidade de caracterização
ou estudo das várias facetas da alma humana,
poliforme e estranhamente indecifrável, vá que
não vá, é o génio em acção.
Mas encarnar dezenas e dezenas de heterónimos,
que foram saindo do baú, a velocidade da luz, é
que já me parece loucura ou brincadeira de uns
maduros que não têm mais nada em que usar o
bestunto .
Pobre Pessoa ...
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