quinta-feira, 29 de junho de 2017

No tempo em que as árvores morriam de pé .

Resineiro, resineiro,
Com tristeza no olhar,
Eu hei-de ir à terra dele
Se ele me lá quiser levar .

Resineiro, resineiro,
É casado e tem mulher .
Eu hei-de ir à terra dele,
Quantas vezes eu quiser ,


Juntamente com a madeira, 
era a resina a grande fonte de rendimento dos habitantes 
do pinhal interior .

Rasgavam-se as árvores com um  golpe em forma de hé-
lice e punham-se uns penicos de barro a apanhar a resina
que escorria das árvores esfaqueadas .

Vinha gente de todo o lado no tempo da safra .

Havia fogos, certamente, uns postos propositadamente, ou-
tros iniciados pelas beatas de transeuntes descuidados, ou-
tros ainda com ignição provocada pela própria resina .

Mas muitos dos pinheiros acabavam por 
ser abatidos devido à sua idade e eram 
transformados em madeira ou em lenha .

Havia muitos fogos, mas havia também quem se dedicasse 
ao seu controle .

No mês de Agosto, com as tradicionais festas e romarias, em
homenagem a todos os Santos que havia nu Céu, e apesar das
diligências de São Pedro, o número de fogos era maior .

Mas para isso, havia garbosos bombeiros voluntários que luta-
vam àrduamente com a natureza malévola.
.