Resineiro, resineiro,
Com tristeza no olhar,
Eu hei-de ir à terra dele
Se ele me lá quiser levar .
Resineiro, resineiro,
É casado e tem mulher .
Eu hei-de ir à terra dele,
Quantas vezes eu quiser ,
Juntamente com a madeira,
era a resina a grande fonte de rendimento dos habitantes
do pinhal interior .
Rasgavam-se as árvores com um golpe em forma de hé-
lice e punham-se uns penicos de barro a apanhar a resina
que escorria das árvores esfaqueadas .
Vinha gente de todo o lado no tempo da safra .
Havia fogos, certamente, uns postos propositadamente, ou-
tros iniciados pelas beatas de transeuntes descuidados, ou-
tros ainda com ignição provocada pela própria resina .
Mas muitos dos pinheiros acabavam por
ser abatidos devido à sua idade e eram
transformados em madeira ou em lenha .
Havia muitos fogos, mas havia também quem se dedicasse
ao seu controle .
No mês de Agosto, com as tradicionais festas e romarias, em
homenagem a todos os Santos que havia nu Céu, e apesar das
diligências de São Pedro, o número de fogos era maior .
Mas para isso, havia garbosos bombeiros voluntários que luta-
vam àrduamente com a natureza malévola.
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