A culpa morre sempre solteira .
Não vem ao caso, nesta altura, andar à procura da culpa pelos
trágicos acontecimentos do centro do País .
Como diria o Marquês de Pombal,
agora é o tempo de enterrar os
mortos
e cuidar dos feridos .
Depois, não poderemos deixar de fazer profundo exame
de consciência, sobre as circunstâncias que tornaram este Desastre-
Tragédia, numa monstrosidade que nos envergonha a todos nós .
Há muitas décadas que andamos a brincar ao fogos florestais, como
quem brinca com soldadinhos de chumbo, experimentando (experi-
mentando é o termo adequado) tácticas, métodos de combate, orga-
nização da cadeia de comando, que se revelaram obsoletas, para
não dizer criminosas,
face ao poder de destruição dos nossos recursos e, quantas vezes, ao
trágico destino de tantos e tantos, que deveriam ter direito a viver
uma vida decente a que poderiam ter direito, e que foram ceifados,
pela simples razão de amarem a sua terra .
Para quando tentar curar as feridas,
e as profundas cicatrizes deixadas todos os
anos,
e começar a tentar solucionar o cancro dos in-
cêndios florestais no nosso País ?!...
Quando ouvires um sino a dobrar,
ele dobra por ti .
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