É muito raro deixar-me dormir até um pouco mais tarde .
A maior parte dos dias acordo antes do sol raiar .
Hoje em dia é a minha gata, a Branquinha , que me serve
de despertador .
Quando morava ao Rato, um dos maiores entroncamentos
de ruas e transportes de Lisboa, lá estava eu, à espera que
abrisse o primeiro café ou tasca que me servisse o café da
manhâ .
Bom posto de observação, o Largo do Rato, com 10 entra-
das ou saídas, entreposto de autocarros e carros eléctricos,
numa azáfama, com gente, a nascer de todo o lado, e cruzan-
do o Largo, em todas as direcções .
A minha gente dormiria ainda um hora ou duas, o suficien-
te para eu viajar e cruzar-me com tanta gente, vinda não se
sabe de onde e desaparecendo misteriosamente, a caminho .
de novas aventuras ,
Quando era mais jovem, tinha a mesma sensação quando
ia à Baixa, sobretudo no caso do Rossio, espreitava aquele
formigueiro, e perguntava-me o que fazia aquela gente toda,
girando de um lado para o outro, sem destino certo .
Então as pessoas não trabalhavam?
Passar férias, não era certamente...
Como sabia ainda tão pouco da vida...
Ao lado, na Praça da Figueira, eu entendia melhor o que se
passava, pois as senhoras passavam apressadas, com os ces-
tos das compras, partindo céleres, a preparar as refeições .
Mas, e os homens, dedicavam-se a quê ?
Só mais tarde fui sabendo, que a maior parte daquela gente
trabalhava no duro para sustentar a família, só que o trabalho
não se via .
Quantas vezes produzia suor,
ou o magro sustento para acudir às despesas da casa .
E já era uma sorte haver trabalho,
porque muitos percorriam a cidade, de manhã à noitinha,
trabalhando, em busca de trabalho .
.
quinta-feira, 30 de junho de 2016
quarta-feira, 29 de junho de 2016
O INFERNO .
Já uma vez consegui descer aos infernos .
Mas safei-me .
Tive sorte .
Não cheguei a entrar .
Escapuli-me, por entre as pernas daquela
turba que entrava, sem esperar pela vez .
Nem sequer deram por mim .
Mas eu dei uma espreitadela .
Aquilo não é nada do que por aí dizem .
O inferno é na terra .
O inferno somos nós .
Digam lá o que disserem .
Como é possível haver tanta dor,
tanto sofrimento, tanta angústia,
tanto desespero, tanta agonia,
pior que no tal inferno .
Dizem-nos essas coisas
para a gente se conformar,
mas é tudo mentira .
É só para nos distrair,
para a gente aguentar .
Talvez, que ao fim e ao cabo,
não seja má ideia .
Mas, cá para mim,
tenho as minhas dúvidas ...
.
Mas safei-me .
Tive sorte .
Não cheguei a entrar .
Escapuli-me, por entre as pernas daquela
turba que entrava, sem esperar pela vez .
Nem sequer deram por mim .
Mas eu dei uma espreitadela .
Aquilo não é nada do que por aí dizem .
O inferno é na terra .
O inferno somos nós .
Digam lá o que disserem .
Como é possível haver tanta dor,
tanto sofrimento, tanta angústia,
tanto desespero, tanta agonia,
pior que no tal inferno .
Dizem-nos essas coisas
para a gente se conformar,
mas é tudo mentira .
É só para nos distrair,
para a gente aguentar .
Talvez, que ao fim e ao cabo,
não seja má ideia .
Mas, cá para mim,
tenho as minhas dúvidas ...
.
A CULPA .
Quando vieram prender os comunistas,
não me importei com isso, eu não era comunista:
Quando vieram prender os homo sexuais,
não quis saber, eu não era homo sexual ;
Quando apanharam os judeus,
não me importei,
Eu não era judeu,
não os defendi ;
Quando prenderam os ciganos,
deixei andar,
eu não era cigano .
Quando me vieram prender a mim,
estava sózinho,
já não havia ninguém que me viesse ajudar .
.
não me importei com isso, eu não era comunista:
Quando vieram prender os homo sexuais,
não quis saber, eu não era homo sexual ;
Quando apanharam os judeus,
não me importei,
Eu não era judeu,
não os defendi ;
Quando prenderam os ciganos,
deixei andar,
eu não era cigano .
Quando me vieram prender a mim,
estava sózinho,
já não havia ninguém que me viesse ajudar .
.
OS HUNOS .
Ainda não tinham afinado o processo da
solução final .
Houve conversações com gente de outras potências,
como objectivo de isolar os
judeus,
a preço de saldo, para uma ilha onde ficassem â guarda
e disponíveis, para o que desse e viesse .
Tinham escolhido a
Ilha de Madagáscar,
o paraíso da biodiversidade .
O negócio nunca viria a ser efectuado, porque não che-
garam a acordo sobre o preço por cabeça .
Afina, a tal solução final,
viria a ser muito mais cara, e viria a constituir o maior
crime cometido contra a humanidade
o holocausto
para vergonha de todos os que participaram, os que co-
laboraram, os que omitiram, os que esqueceram, os que
não julgaram, os que não castigaram,
a Humanidade inteira .
.
solução final .
Houve conversações com gente de outras potências,
como objectivo de isolar os
judeus,
a preço de saldo, para uma ilha onde ficassem â guarda
e disponíveis, para o que desse e viesse .
Tinham escolhido a
Ilha de Madagáscar,
o paraíso da biodiversidade .
O negócio nunca viria a ser efectuado, porque não che-
garam a acordo sobre o preço por cabeça .
Afina, a tal solução final,
viria a ser muito mais cara, e viria a constituir o maior
crime cometido contra a humanidade
o holocausto
para vergonha de todos os que participaram, os que co-
laboraram, os que omitiram, os que esqueceram, os que
não julgaram, os que não castigaram,
a Humanidade inteira .
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terça-feira, 28 de junho de 2016
CARTA A UMA VELHA AMIGA .
Há muito tempo que não te vejo,
que não sei nada de ti
Que não te oiço falar
nem acompanho a tua saúde .
Já quase me habituei a não
pensar em ti .
Para quem jurou uma amizade eterna,
tornou-se curta a tua memória .
Terei que passar a viver noutro planeta,
noutro país, noutro bairro,
noutra linguagem, noutra símbolosgia.
Ofereci-te tudo o que podia,
mas não quiseste arrecadar,
e olha que não por falta de empenho .
Burro velho não aprende línguas,
mas podias ao menos soletrar ,
ou usar linguagem gestual .
Nem as histórias dos ouriços.
nem dos burros teimosos,
te conseguiram demover .
Talvez que um dia,
noutra incarnação,
consigas acordar do meu lado .
.
que não sei nada de ti
Que não te oiço falar
nem acompanho a tua saúde .
Já quase me habituei a não
pensar em ti .
Para quem jurou uma amizade eterna,
tornou-se curta a tua memória .
Terei que passar a viver noutro planeta,
noutro país, noutro bairro,
noutra linguagem, noutra símbolosgia.
Ofereci-te tudo o que podia,
mas não quiseste arrecadar,
e olha que não por falta de empenho .
Burro velho não aprende línguas,
mas podias ao menos soletrar ,
ou usar linguagem gestual .
Nem as histórias dos ouriços.
nem dos burros teimosos,
te conseguiram demover .
Talvez que um dia,
noutra incarnação,
consigas acordar do meu lado .
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segunda-feira, 27 de junho de 2016
SERÁ A ESPANHA INGOVERNÁVEL ?.
A Espanha parece ser um remake da geringonça
portuguesa, só que num cenário muito mais com-
plicado .
Rajoy venceu as eleições legislativas, mas talvez
não consiga fazer governo, ou se o conseguir, será
sempre um governo a prazo .
Já vi este filme ...
Agora vão conversar, que é o que vêm fazendo há ano
e meio, sem nunca chegar a uma decisão conclusiva .
O PP ganhou para todos os outros partidos, mas será
isso suficiente para ter a investidura?.
Aguardemos o Carnaval castelhano ...
.
portuguesa, só que num cenário muito mais com-
plicado .
Rajoy venceu as eleições legislativas, mas talvez
não consiga fazer governo, ou se o conseguir, será
sempre um governo a prazo .
Já vi este filme ...
Agora vão conversar, que é o que vêm fazendo há ano
e meio, sem nunca chegar a uma decisão conclusiva .
O PP ganhou para todos os outros partidos, mas será
isso suficiente para ter a investidura?.
Aguardemos o Carnaval castelhano ...
.
OS REGULAMENTOS .
Estive um destes dias a ver um filme sobre o
Julgamento de Auchwitz .
O Governo Alemão nomeou um Procurado jovem
para seguir o processo e preparar o julgamento .
Penso que a ideia era desacreditar por completo o ma-
gistrado e levar as autoridades a desistir de tal intento .
Só que o homem era persistente e teimava em levar a
dele avante, o que viria a conseguir .
O mais impressionante do filme (baseado na realidade)
é o desfilar de cumplicidades e traições, de toda a natu-
reza, com que o procurador esbarrava, a todos os níveis,
e em todos os escalões sociais .
Foram Ordens .
Tivemos que obedecer .
Se não fossemos nós, alguém
teria que fazer o trabalho .
Vem isto a propósito da teimosia com que UE (leia-se os ale-
mães) com que querem aplicar sanções pelo incumprimento
das regras do défice .
Mas então, não são os alemães que, há muitos de anos, se ga-
bam de não cumprir as regras dos Tratados, sobretudo no que
se refere aos superavites, que têm vindo a corroer a economia
da União Europeia .
Onde estão os REGULAMEN-
TOS, seus chavalos .
.
Julgamento de Auchwitz .
O Governo Alemão nomeou um Procurado jovem
para seguir o processo e preparar o julgamento .
Penso que a ideia era desacreditar por completo o ma-
gistrado e levar as autoridades a desistir de tal intento .
Só que o homem era persistente e teimava em levar a
dele avante, o que viria a conseguir .
O mais impressionante do filme (baseado na realidade)
é o desfilar de cumplicidades e traições, de toda a natu-
reza, com que o procurador esbarrava, a todos os níveis,
e em todos os escalões sociais .
Foram Ordens .
Tivemos que obedecer .
Se não fossemos nós, alguém
teria que fazer o trabalho .
Vem isto a propósito da teimosia com que UE (leia-se os ale-
mães) com que querem aplicar sanções pelo incumprimento
das regras do défice .
Mas então, não são os alemães que, há muitos de anos, se ga-
bam de não cumprir as regras dos Tratados, sobretudo no que
se refere aos superavites, que têm vindo a corroer a economia
da União Europeia .
Onde estão os REGULAMEN-
TOS, seus chavalos .
.
PEREGRINAÇÃO - 5 .
Hoje em já dia, já não tenho cafés que me deixem
marcas profundas . Qualquer um serve . Não que
não tenha as minhas preferências, mas as pessoas
e os lugares deixaram de me impressionar, como
acontecia antigamente .
Num deles, como a melhor sande de queijo de todo
o Bairro .
Noutro escolho a melhor sombra, noutro a melhor
vista, noutro ainda fico à espera do parceiros da bo-
la, para não perder pitada dos nossos jogos . E é aí
Que vibro com as vitórias e sofro com as derrotas .
Alguns cafés servem para curtir o silêncio e a paz
de alma, tão necessários em certas alturas da vida .
Às vezes escolho o primeiro a abrir, em busca des-
esperada da primeira bica do dia .
Outra vezes, encolho um café com alguém, bom de
conversa, com quem se pode aprender algo interes-
sante . Vale sempre a pena
Em certas alturas dou uma volta pelas redondezas e
vou mais longe, à procura de novas caras, novos sí-
tios, novas situações .
Há cafés onde a gente se senta sem nada no pensa-
mento, ou apenas por encontrar um lugar vazio .
Outros ainda, aguardando a tortura da espera de
alguém que ficou de aparecer .
Mas cafés de culto já não tenho .
É coisa de outros tempos .
Sinais do tempo .
Desapego .
Gosto pelo vazio .
Falta de partilha e de prazer .
Há ainda lugares destinados a nada fazer, nada pensar,
para deixar o corpo e espírito flutuarem no nada,sem
dar pelo tempo passar .
.
marcas profundas . Qualquer um serve . Não que
não tenha as minhas preferências, mas as pessoas
e os lugares deixaram de me impressionar, como
acontecia antigamente .
Num deles, como a melhor sande de queijo de todo
o Bairro .
Noutro escolho a melhor sombra, noutro a melhor
vista, noutro ainda fico à espera do parceiros da bo-
la, para não perder pitada dos nossos jogos . E é aí
Que vibro com as vitórias e sofro com as derrotas .
Alguns cafés servem para curtir o silêncio e a paz
de alma, tão necessários em certas alturas da vida .
Às vezes escolho o primeiro a abrir, em busca des-
esperada da primeira bica do dia .
Outra vezes, encolho um café com alguém, bom de
conversa, com quem se pode aprender algo interes-
sante . Vale sempre a pena
Em certas alturas dou uma volta pelas redondezas e
vou mais longe, à procura de novas caras, novos sí-
tios, novas situações .
Há cafés onde a gente se senta sem nada no pensa-
mento, ou apenas por encontrar um lugar vazio .
Outros ainda, aguardando a tortura da espera de
alguém que ficou de aparecer .
Mas cafés de culto já não tenho .
É coisa de outros tempos .
Sinais do tempo .
Desapego .
Gosto pelo vazio .
Falta de partilha e de prazer .
Há ainda lugares destinados a nada fazer, nada pensar,
para deixar o corpo e espírito flutuarem no nada,sem
dar pelo tempo passar .
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domingo, 26 de junho de 2016
O EXEXIT .
E dizia o Capelão da tropa para o recruta Zero,
numa sessão de psicologia militar :
- Ó Zero, mas qual é o teu principal objectivo
na vida .
- É sair rapidamente da tropa .
- O Capelão insiste .
Não é isso, meu filho .
Tens que ter um objectivo maior, para o teu futuro .
- Responde o Zero, com alguma malandrice .
Mas eu tenho, Capelão :
É nunca mais lá voltar a entrar ...
.
numa sessão de psicologia militar :
- Ó Zero, mas qual é o teu principal objectivo
na vida .
- É sair rapidamente da tropa .
- O Capelão insiste .
Não é isso, meu filho .
Tens que ter um objectivo maior, para o teu futuro .
- Responde o Zero, com alguma malandrice .
Mas eu tenho, Capelão :
É nunca mais lá voltar a entrar ...
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A ACELERAÇÃO DO TEMPO .
É incrível a aceleração do tempo .
Há imensos acontecimentos a ter lugar quase em
simultâneo,
e muitos deles nunca chegam a ver a luz do dia .
Encavalitam-se uns nos outros .
As arruaças na Venezuela, a crise de Lula e Dilma
desapareceram repentinamente dos títulos dos jor-
nais e das televisões, com uma velocidade próxima
da da luz .
Ainda se fala dos atentados em Paris e em Bruxelas,
mas parece que já foi há tanto tempo, e tendência é
para o esquecimento .
A Campanha Eleitoral Americana só aparece em
surdina, apesar de o cripto nazi Trump ter incendi-
ado a direita americana .
As crises dos refugiados Europa adentro, com cente-
nas de milhares de pessoas, cercadas em arame far-
pado, outras repatriadas e maltratadas pelos defenso-
res das amplas liberdades e dos presuntos Direitos Hu-
manos, vindos não se sabe e onde e dirigidos não se sa-
be bem porquê , fazem recordar a vida nos campos de
concentração nazis.
A debandada, a fuga e a traição dos inqualificáveis
bifes, algo inesperada, diga-se de passagem, com uma
espécie de absolvição alemã, o desinteresse de outros
países europeus e a gulosa vontade de seguirem o exem-
plo dos britânicos , de outros tantos .
Temos por fim, mas não por último a telenovela castel-
lana, hoje em cartaz, numa mesa de voto perto de si .
Seis meses sem conseguir definir uma plataforma de Go-
verno, com o Rei a jogar ao sério, com as diversas forças
políticas, o que pode levar o país à ruína .
Pode começar o jogo .
Saiem as pretas,
e perdem .
.
.
Há imensos acontecimentos a ter lugar quase em
simultâneo,
e muitos deles nunca chegam a ver a luz do dia .
Encavalitam-se uns nos outros .
As arruaças na Venezuela, a crise de Lula e Dilma
desapareceram repentinamente dos títulos dos jor-
nais e das televisões, com uma velocidade próxima
da da luz .
Ainda se fala dos atentados em Paris e em Bruxelas,
mas parece que já foi há tanto tempo, e tendência é
para o esquecimento .
A Campanha Eleitoral Americana só aparece em
surdina, apesar de o cripto nazi Trump ter incendi-
ado a direita americana .
As crises dos refugiados Europa adentro, com cente-
nas de milhares de pessoas, cercadas em arame far-
pado, outras repatriadas e maltratadas pelos defenso-
res das amplas liberdades e dos presuntos Direitos Hu-
manos, vindos não se sabe e onde e dirigidos não se sa-
be bem porquê , fazem recordar a vida nos campos de
concentração nazis.
A debandada, a fuga e a traição dos inqualificáveis
bifes, algo inesperada, diga-se de passagem, com uma
espécie de absolvição alemã, o desinteresse de outros
países europeus e a gulosa vontade de seguirem o exem-
plo dos britânicos , de outros tantos .
Temos por fim, mas não por último a telenovela castel-
lana, hoje em cartaz, numa mesa de voto perto de si .
Seis meses sem conseguir definir uma plataforma de Go-
verno, com o Rei a jogar ao sério, com as diversas forças
políticas, o que pode levar o país à ruína .
Pode começar o jogo .
Saiem as pretas,
e perdem .
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A MINHA TERRA .
Ai, se a terra fosse plana.
Apontava a mira,
nem precisava de bússola ,
levantava o olhar, e ia por aí fora,
passava os rios, o Tejo, o Mondego, o Dão,
o Zêzere, o Alva,
e, num fechar de olhos, ali estava eu,
olhando a magnificência da serra da Estrela .
Celorico da Beira, Pinhanços, Nelas, Oliveira do Hospital,
Santa Comba Dão (a terra do Botas), Carregal do Sal, Moi-
menta da Beira, e toda aquela miríade de terras e lugares
que eu percorria na minha meninice, no Citroen arrastadeira,
em que o Senhor Marques dos Santos, amigo e condutor do
meu tio Luís, africanista e mais tarde, caixeiro viajante, que
negociava com cafés, amendóins e especiarias, me levava, logo
manhânzinha, percorrendo de tenda em tenda, cafés e restau-
rantes que nunca maia acabavam.
Tinha que passar pelo Luso e pelo Bus-
saco, mas como a minha Serra era a mais
alta de todas, conseguia ver tudo ao longe .
Vista do outro lado da Serra,
do Cabeço de Santo Estêvão, ficava extasiado com aquele ime-
nso presépio, que varria a Estrela, desde a Raia espanhola até
campos de arrôz, que se prolongam de Coimbra até à Figueira
da Foz, com os milhares de pirilampos que iluminavam todos
os lugares que, a partir dos anos vinte do século passado, dei-
xavam entrar a luz electrica, uma benção só possível pelas boas
águas e pelo génio e saber de Marques da Sllva, que ia de Gou-
veia à lagoa comprida, ajaezado num burro, para ir construir o
primeiro dique que guardava as águas, encanadas para a primei-
ra central hídrica da minha terra .
Através de tudo isso, conseguia visualizar a minha terra,
o Castelo, a Senhora do Espinheiro, Aldeia da Serra, a Carval-
ha, a Senhora de Fátima, Gouveia, Arrifana, S. Romão, Vodra,
Santana, e muito mais .
Os meus entes queridos trago-os
sempre comigo no pensamento e
no coração .
Eles me abrigam das tempestades
e me protegem das agruras da vida .
É assim que sempre viajo muito, sem sair de casa .
.
Apontava a mira,
nem precisava de bússola ,
levantava o olhar, e ia por aí fora,
passava os rios, o Tejo, o Mondego, o Dão,
o Zêzere, o Alva,
e, num fechar de olhos, ali estava eu,
olhando a magnificência da serra da Estrela .
Celorico da Beira, Pinhanços, Nelas, Oliveira do Hospital,
Santa Comba Dão (a terra do Botas), Carregal do Sal, Moi-
menta da Beira, e toda aquela miríade de terras e lugares
que eu percorria na minha meninice, no Citroen arrastadeira,
em que o Senhor Marques dos Santos, amigo e condutor do
meu tio Luís, africanista e mais tarde, caixeiro viajante, que
negociava com cafés, amendóins e especiarias, me levava, logo
manhânzinha, percorrendo de tenda em tenda, cafés e restau-
rantes que nunca maia acabavam.
Tinha que passar pelo Luso e pelo Bus-
saco, mas como a minha Serra era a mais
alta de todas, conseguia ver tudo ao longe .
Vista do outro lado da Serra,
do Cabeço de Santo Estêvão, ficava extasiado com aquele ime-
nso presépio, que varria a Estrela, desde a Raia espanhola até
campos de arrôz, que se prolongam de Coimbra até à Figueira
da Foz, com os milhares de pirilampos que iluminavam todos
os lugares que, a partir dos anos vinte do século passado, dei-
xavam entrar a luz electrica, uma benção só possível pelas boas
águas e pelo génio e saber de Marques da Sllva, que ia de Gou-
veia à lagoa comprida, ajaezado num burro, para ir construir o
primeiro dique que guardava as águas, encanadas para a primei-
ra central hídrica da minha terra .
Através de tudo isso, conseguia visualizar a minha terra,
o Castelo, a Senhora do Espinheiro, Aldeia da Serra, a Carval-
ha, a Senhora de Fátima, Gouveia, Arrifana, S. Romão, Vodra,
Santana, e muito mais .
Os meus entes queridos trago-os
sempre comigo no pensamento e
no coração .
Eles me abrigam das tempestades
e me protegem das agruras da vida .
É assim que sempre viajo muito, sem sair de casa .
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sábado, 25 de junho de 2016
JÁ COMEÇOU A IIIª. GUERRA MUNDIAL ?.
Tem-se um ideia de como as guerras começam,
mas nunca se sabe como e quando elas acabam .
A Europa foi o palco privilegiado de três guerras
na Europa, durante os últimos 150 anos, com os
resultados catastróficos que daí advieram .
Parece incrível como se vão amontoando nuvens ne-
gras, que parecem anunciar nova calamidade naquela
zona do Mundo .
Talvez agora se comece a entender a ponta do véu
que vem descobrindo lentamente os acontecimentos
desencadeados nos países mais frágeis da Europa,
Grécia, Irlanda e Portugal, designadamente .
Não se tratar´por agora de guerra no sentido literal
da palavra, mas de uma guerra de cariz económico
e financeiro (e racial), factores que afinal estão pre-
sentes em todas as guerras .
Sem querer ser alarmista, não posso deixar de avivar
a memória, ou dos que a perderam, ou daqueles que
nunca a tiveram .
Ou será que os nossos aprendizes de feiticeiros da
política, sabem é história a mais ? .
mas nunca se sabe como e quando elas acabam .
A Europa foi o palco privilegiado de três guerras
na Europa, durante os últimos 150 anos, com os
resultados catastróficos que daí advieram .
Parece incrível como se vão amontoando nuvens ne-
gras, que parecem anunciar nova calamidade naquela
zona do Mundo .
Talvez agora se comece a entender a ponta do véu
que vem descobrindo lentamente os acontecimentos
desencadeados nos países mais frágeis da Europa,
Grécia, Irlanda e Portugal, designadamente .
Não se tratar´por agora de guerra no sentido literal
da palavra, mas de uma guerra de cariz económico
e financeiro (e racial), factores que afinal estão pre-
sentes em todas as guerras .
Sem querer ser alarmista, não posso deixar de avivar
a memória, ou dos que a perderam, ou daqueles que
nunca a tiveram .
Ou será que os nossos aprendizes de feiticeiros da
política, sabem é história a mais ? .
O EREMITA .
A Sabedoria dos Astros .
O eremita representa
o princípio da introspecção .
Mostra as fases mais introvertidas da vida,
nas quais nos afastamos das influências externas, para
encontrar a paz interior .
É um arquétipo do Velho Sábio que procura, acima de
tudo conhecer-se .
Qualquer pesquisa, investigação ou estudo empreendido
nesta altura é altamente favorável, pois este o princípio
que rege o conhecimento é o sabedoria .
Muitas vezes, o eremita mostra a necessidade de curar
uma ferida interior, através do isolamento e da paz, de
modo a encarar a vida com mais racionalidade e equilí-
brio .
Pode sofrer sentimentos de frustração e descontentamen-
to nesta fase de reclusão, sendo também frequente algu-
ma impaciência em lidar com as pessoas .
Frequentemente caracteriza pessoas idosas que já vive-
ram muito,ou que têm uma uma longa experiência de vida .
São pessoas cautelosas, prudentes e pacientes em tudo o
que fazem e quase sempre necessitam de tempo para reor-
ganizar as ideias e tomar decisões .
Estes períodos de retiro e introspecção são muitas vezes
acompanhados de ascese, jejum, meditação, silêncio e exer-
cícios espirituais .
O Eremita pode ser um alerta para sermos mais prudentes
e perspicazes .
Convida-nos a olhar à sua volta com lucidez e capacidade
de discernimento .
Representa as pessoas que lutam por grandes causas, mas
sempre nos bastidores, pois a fama e a glória, não fazem par-
te da sua vida .
São pessoas simples e humildes, que não dão grande valor
aos bens materiais.
"Quem olha para dentro, sonha,
Quem olha para dentro, acorda " .
.
O eremita representa
o princípio da introspecção .
Mostra as fases mais introvertidas da vida,
nas quais nos afastamos das influências externas, para
encontrar a paz interior .
É um arquétipo do Velho Sábio que procura, acima de
tudo conhecer-se .
Qualquer pesquisa, investigação ou estudo empreendido
nesta altura é altamente favorável, pois este o princípio
que rege o conhecimento é o sabedoria .
Muitas vezes, o eremita mostra a necessidade de curar
uma ferida interior, através do isolamento e da paz, de
modo a encarar a vida com mais racionalidade e equilí-
brio .
Pode sofrer sentimentos de frustração e descontentamen-
to nesta fase de reclusão, sendo também frequente algu-
ma impaciência em lidar com as pessoas .
Frequentemente caracteriza pessoas idosas que já vive-
ram muito,ou que têm uma uma longa experiência de vida .
São pessoas cautelosas, prudentes e pacientes em tudo o
que fazem e quase sempre necessitam de tempo para reor-
ganizar as ideias e tomar decisões .
Estes períodos de retiro e introspecção são muitas vezes
acompanhados de ascese, jejum, meditação, silêncio e exer-
cícios espirituais .
O Eremita pode ser um alerta para sermos mais prudentes
e perspicazes .
Convida-nos a olhar à sua volta com lucidez e capacidade
de discernimento .
Representa as pessoas que lutam por grandes causas, mas
sempre nos bastidores, pois a fama e a glória, não fazem par-
te da sua vida .
São pessoas simples e humildes, que não dão grande valor
aos bens materiais.
"Quem olha para dentro, sonha,
Quem olha para dentro, acorda " .
.
sexta-feira, 24 de junho de 2016
A MINHA EUROPA .
Durante muitos anos tive colado numa das paredes
do meu escritório, um curioso mapa do Continente
Europeu, visando em especial os doze países que in-
tegravam a então Comissão Económica Europeia, já
com Portugal incluído .
Era um mapa muito curioso, que me foi oferecido
por um grande amigo, que trabalhava em Paris, na
Agência Internacional da Energia .
Em vez de rios, serras, cidades, continha centenas de
nomes de homens e mulheres que, por uma ou outra
razão, se tinham notabilizado, directamente ou indi-
rectamente, na construção nesse maravilhoso Conti-
nente que é a Europa .
Os nomes espalhavam-se por todo o território europeu,
com a particularidade de cada nome ser aposto bem
junto ao lugar de nascimento de todos esses heróis ,
Aqui vão alguns :
Camões
Fernando Pessoa
Cristóvão Colombo
Roman Rolland
Fermi
Kafka
Cervantes
Chopin
Mozart
Bethovan
Molière
Sibellius
Madamme Curie
Shakespeare
Papa João XXIIINapoleão
Aristóteles
Platão
Fellini
Espinoza
Edith Piaff
Eça de Queiroz
Picasso
Miró
Joyce
Dª. Filipa de Lencastre
Maria Callas
E muitos mais .
Essa é a minha gente .
O resto é paisagem .
.
do meu escritório, um curioso mapa do Continente
Europeu, visando em especial os doze países que in-
tegravam a então Comissão Económica Europeia, já
com Portugal incluído .
Era um mapa muito curioso, que me foi oferecido
por um grande amigo, que trabalhava em Paris, na
Agência Internacional da Energia .
Em vez de rios, serras, cidades, continha centenas de
nomes de homens e mulheres que, por uma ou outra
razão, se tinham notabilizado, directamente ou indi-
rectamente, na construção nesse maravilhoso Conti-
nente que é a Europa .
Os nomes espalhavam-se por todo o território europeu,
com a particularidade de cada nome ser aposto bem
junto ao lugar de nascimento de todos esses heróis ,
Aqui vão alguns :
Camões
Fernando Pessoa
Cristóvão Colombo
Roman Rolland
Fermi
Kafka
Cervantes
Chopin
Mozart
Bethovan
Molière
Sibellius
Madamme Curie
Shakespeare
Papa João XXIIINapoleão
Aristóteles
Platão
Fellini
Espinoza
Edith Piaff
Eça de Queiroz
Picasso
Miró
Joyce
Dª. Filipa de Lencastre
Maria Callas
E muitos mais .
Essa é a minha gente .
O resto é paisagem .
.
O DAY AFTER .
Como é que mais de 3 milhões de
votos transitaram da noite para o
dia ?.
MISTÉRIO ...
.
votos transitaram da noite para o
dia ?.
MISTÉRIO ...
.
O BREX IT.
Por 52%,
Os Britânicos votaram
a saída da União Europeia .
Que Deus os tenha em seu descanso .
Amen .
.
Os Britânicos votaram
a saída da União Europeia .
Que Deus os tenha em seu descanso .
Amen .
.
quinta-feira, 23 de junho de 2016
O EXTERMÍNIO DOS FUMADORES .
Antes de mais, quero fazer um
declaração de interesses .
Não fumo há mais de trinta anos
e nada me move contra ou a favor
dos fumadores .
Reconheço que os fumadores se mostram, regra geral,
pouco cumpridores das normas gerais da boa educação :
Despejam os cinzeiros porta fora,
juntam as beatas que lançam para o chão, sem o mínimo
cuidado, deitam as embalagens dos maços a esmo, qual-
quer que seja o sítio, ou a hora do despejo .
Em resumo, uma tristeza .
Contudo, o chamado conceito do politicamente correcto,
está a atingir níveis do insuportável, pondo os fumadores
em guetos, como se fossem criminosos, restringem cada
vez mais ou poucos sítios públicos onde o fumo é autori-
zado .
Já há vários anos que os fumadores são obrigados a usar
uma coleira, avisando, de maneira grosseira, as várias al-
ternativas de que dispôem para se suicidar .
Agora, os maços mostram retratos reais de pessoas que,
putativamente se mataram, e as razões do acontecido .
Acontece que, como a maioria desse material pornográfico
vai para o chão, à vista dos menores que frequentam o es-
paço público, pergunto eu se a amêndoa não será pior do
que o sorvete .
Acresce que, em simultâneo com a publicação das aludidas
aberrações publicitárias, as fábricas tabaqueiras resolveram
baixar o preço do tabaco .
.
declaração de interesses .
Não fumo há mais de trinta anos
e nada me move contra ou a favor
dos fumadores .
Reconheço que os fumadores se mostram, regra geral,
pouco cumpridores das normas gerais da boa educação :
Despejam os cinzeiros porta fora,
juntam as beatas que lançam para o chão, sem o mínimo
cuidado, deitam as embalagens dos maços a esmo, qual-
quer que seja o sítio, ou a hora do despejo .
Em resumo, uma tristeza .
Contudo, o chamado conceito do politicamente correcto,
está a atingir níveis do insuportável, pondo os fumadores
em guetos, como se fossem criminosos, restringem cada
vez mais ou poucos sítios públicos onde o fumo é autori-
zado .
Já há vários anos que os fumadores são obrigados a usar
uma coleira, avisando, de maneira grosseira, as várias al-
ternativas de que dispôem para se suicidar .
Agora, os maços mostram retratos reais de pessoas que,
putativamente se mataram, e as razões do acontecido .
Acontece que, como a maioria desse material pornográfico
vai para o chão, à vista dos menores que frequentam o es-
paço público, pergunto eu se a amêndoa não será pior do
que o sorvete .
Acresce que, em simultâneo com a publicação das aludidas
aberrações publicitárias, as fábricas tabaqueiras resolveram
baixar o preço do tabaco .
.
O TIME DOS EMPATAS .
O sufoco durou até aos últimos instantes do jogo .
Portugal foi apurado com 3 empates, e agora ?...
Cristiano Ronaldo finalmente marcou 2 golos, um
dos quais irá certamente ficar para a história do
campeonato .
A dívida e o defice poderão aguentar mais algum
tempo .
Com tão pouco se constrói a felicidade de um povo .
.
Portugal foi apurado com 3 empates, e agora ?...
Cristiano Ronaldo finalmente marcou 2 golos, um
dos quais irá certamente ficar para a história do
campeonato .
A dívida e o defice poderão aguentar mais algum
tempo .
Com tão pouco se constrói a felicidade de um povo .
.
quarta-feira, 22 de junho de 2016
PEREGRINAÇÃO - 4 .
E de novo regresso
aos cafés de culto .
Andei por Lisboa inteira adentro, com o objectivo,
nem sempre conseguido, de estudar alguma coisa .
Cheguei a fazer uma lista dos café de onde que era
escorraçado, enxotado para o olho da rua .
Passei pelo Império, pelo Londres, pela Mexicana,
pela Copa Cabana, pelo Roma, e por tantos outros .
Era preciso estudar, que diabo,
mas o que eu gostava mais era da conversa fiada, das
piadas com que nos degladiávamos uns aos outros .
Tudo servia para interromper a atenção,
ver quem entrava, quem saía, quem ficava,
arranjar uma pausa para a bica, aumentar o tempo do
lanche, fumar um cigarro, ir à casa de banho , e co-
mo não actuávamos em uníssono, a tarde era passada
com pouco rendimento .
Sempre gostei de curtir o café, o café espaço, e tam-
bém o café expresso, antes designado uma bica bem
tirada .
Iniciei-me na Covilhã, quando fui viver para o Bair-
ro da Estação ( do Combóio, junto ao Tribunal Novo) .
Ali ficávamos pasmados tardes inteiras, à espera que
o tempo fluísse devagar, ou aguardando uma jogatana
de futebol .
Nessa altura era eu um estudante degredado, estudava
de dia e de noite, mas ainda me sobrava tempo para a
malandragem .
A Covilhã era uma cidade extremamente classista, no
verdadeiro significado do termo .
O principal café da cidade, o Montalto, tinha as mesas
atribuídas por sectores de actividade - industriais, advoga-
dos, professores, bancários, etc .
De quando em vez, ou porque faltasse um professor, ou
porque tínhamos feito gazeta às aulas, percorríamos a par-
te velha da cidade e, em fila indiana ocupávamos todo o ca-
fé, antes de os senhores virem tomar a seu sagrado café .
Era uma cena de criar bicho .
Acabávamos sempre por abandonar o recinto, não sem
antes agitarmos um pouco aquela cidade morna e idiota .
.
aos cafés de culto .
Andei por Lisboa inteira adentro, com o objectivo,
nem sempre conseguido, de estudar alguma coisa .
Cheguei a fazer uma lista dos café de onde que era
escorraçado, enxotado para o olho da rua .
Passei pelo Império, pelo Londres, pela Mexicana,
pela Copa Cabana, pelo Roma, e por tantos outros .
Era preciso estudar, que diabo,
mas o que eu gostava mais era da conversa fiada, das
piadas com que nos degladiávamos uns aos outros .
Tudo servia para interromper a atenção,
ver quem entrava, quem saía, quem ficava,
arranjar uma pausa para a bica, aumentar o tempo do
lanche, fumar um cigarro, ir à casa de banho , e co-
mo não actuávamos em uníssono, a tarde era passada
com pouco rendimento .
Sempre gostei de curtir o café, o café espaço, e tam-
bém o café expresso, antes designado uma bica bem
tirada .
Iniciei-me na Covilhã, quando fui viver para o Bair-
ro da Estação ( do Combóio, junto ao Tribunal Novo) .
Ali ficávamos pasmados tardes inteiras, à espera que
o tempo fluísse devagar, ou aguardando uma jogatana
de futebol .
Nessa altura era eu um estudante degredado, estudava
de dia e de noite, mas ainda me sobrava tempo para a
malandragem .
A Covilhã era uma cidade extremamente classista, no
verdadeiro significado do termo .
O principal café da cidade, o Montalto, tinha as mesas
atribuídas por sectores de actividade - industriais, advoga-
dos, professores, bancários, etc .
De quando em vez, ou porque faltasse um professor, ou
porque tínhamos feito gazeta às aulas, percorríamos a par-
te velha da cidade e, em fila indiana ocupávamos todo o ca-
fé, antes de os senhores virem tomar a seu sagrado café .
Era uma cena de criar bicho .
Acabávamos sempre por abandonar o recinto, não sem
antes agitarmos um pouco aquela cidade morna e idiota .
.
E SE PORTUGAL PERDER ?.
50 remates em 2 jogos;
18 em direcção à baliza,
0 Golaços .
E se Portugal perder ?.
Já aconteceu, selecções, que nem sequer
vêm no mapa .
O futebol é mesmo assim . São11 contra 11;
a bola é redonda . Noventa minutos para
jogar .
No entanto,
espero aplaudir um ou mais golos de Portugal .
Afinal, a malapata não está sempre por debaixo
da porta ...
.
18 em direcção à baliza,
0 Golaços .
E se Portugal perder ?.
Já aconteceu, selecções, que nem sequer
vêm no mapa .
O futebol é mesmo assim . São11 contra 11;
a bola é redonda . Noventa minutos para
jogar .
No entanto,
espero aplaudir um ou mais golos de Portugal .
Afinal, a malapata não está sempre por debaixo
da porta ...
.
terça-feira, 21 de junho de 2016
Ainda o BroXit ...
Qualquer que seja o resultado do Referendo sobre a
permanência ou não do Reino Unido na União Euro-
peia, a Grã Bretanha e a Europa já perderam .
Já perdemos todos .
Só a mera hipótese de avançar um prognóstico, é uma
tremenda derrota e uma facada sem cura, nas preten-~
sões dos mais refinados europeístas .
A Europa vem definhando a passos largos,
e mais morrer, sem apelo, nem agravo
.
permanência ou não do Reino Unido na União Euro-
peia, a Grã Bretanha e a Europa já perderam .
Já perdemos todos .
Só a mera hipótese de avançar um prognóstico, é uma
tremenda derrota e uma facada sem cura, nas preten-~
sões dos mais refinados europeístas .
A Europa vem definhando a passos largos,
e mais morrer, sem apelo, nem agravo
.
O COZINHEIRO SUECO .
O melhor é a massa .
São os ingredientes .
É o molho .
É o tempero .
É o picante .
É a água .
É a maneira de mexer .
É o arranjo .
É a disposição .
É a temperatura .
É o sal .
É o tempo de cozedura .
Ou será do cozinheiro ?...
Tem que ter mão .
Tem que ter juízo .
Tem que saber a receita na ponta da língua .
Tem que ensinar o pessoal a trabalhar .
Não pode trocar as coisas a Lagardère .
Substituir as quando lhe apetece .
Não pode deixar esquentar o lume .
Não pode mudar o formato do cozinhado .
Escolher bem o tacho .
Por a mesa a preceito .
E no final
Ganha a Alemanha .
.
São os ingredientes .
É o molho .
É o tempero .
É o picante .
É a água .
É a maneira de mexer .
É o arranjo .
É a disposição .
É a temperatura .
É o sal .
É o tempo de cozedura .
Ou será do cozinheiro ?...
Tem que ter mão .
Tem que ter juízo .
Tem que saber a receita na ponta da língua .
Tem que ensinar o pessoal a trabalhar .
Não pode trocar as coisas a Lagardère .
Substituir as quando lhe apetece .
Não pode deixar esquentar o lume .
Não pode mudar o formato do cozinhado .
Escolher bem o tacho .
Por a mesa a preceito .
E no final
Ganha a Alemanha .
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segunda-feira, 20 de junho de 2016
OS BONS SENTIMENTOS .
Quem não quer ser lobo,
não lhe deve vestir a pele .
Ninguém dá pontapés num
cão morto .
És capaz de enxergar um cisco no
olho alheio,
mas não consegues ver um madeiro
no teu próprio olho .
Como eu gostava de ser piedoso,
para poder curar os males do mundo,
praticar o bem, sem ver a quem,
dar a face esquerda,
quando me ferem na esquerda .
Mas não sou piedoso,
até posso perdoar as ofensas,
que me têm ofendido,
Mas o que não consigo esquecer,
são os pecados que me assacam em vão,
sobretudo a indiferença com que
ofensivamente me tratam .
Não sigo qualquer credo,
por isso quando a consciência me pesa
vou direito ao assunto,
e eu próprio me penalizo
e daí retiro as consequências .
Como é fácil fazer o mal,
e depois hipocritamente
bater com a mão no peito,
e aguardar uma nova oportunidade
para repetir o pecado,
uma e outra vez,
até chegarem ao céu,
onde tudo é perdoado,
para gáudio de Deus .
Perdoai-lhe Senhor,
que eles não sabem
o que fazem .
.
não lhe deve vestir a pele .
Ninguém dá pontapés num
cão morto .
És capaz de enxergar um cisco no
olho alheio,
mas não consegues ver um madeiro
no teu próprio olho .
Como eu gostava de ser piedoso,
para poder curar os males do mundo,
praticar o bem, sem ver a quem,
dar a face esquerda,
quando me ferem na esquerda .
Mas não sou piedoso,
até posso perdoar as ofensas,
que me têm ofendido,
Mas o que não consigo esquecer,
são os pecados que me assacam em vão,
sobretudo a indiferença com que
ofensivamente me tratam .
Não sigo qualquer credo,
por isso quando a consciência me pesa
vou direito ao assunto,
e eu próprio me penalizo
e daí retiro as consequências .
Como é fácil fazer o mal,
e depois hipocritamente
bater com a mão no peito,
e aguardar uma nova oportunidade
para repetir o pecado,
uma e outra vez,
até chegarem ao céu,
onde tudo é perdoado,
para gáudio de Deus .
Perdoai-lhe Senhor,
que eles não sabem
o que fazem .
.
domingo, 19 de junho de 2016
O EURO 2016 .
Tanto dinamite,
para tão curto rastilho.
uma vergonha...
Com 365 treinadores, centenas de comentadores,
montes de críticos, e mais o Senhor Engenheiro,
e nada, nem um golito para provar .
Milhares de centenas de horas para discutir o team,
trabalhar a táctica, treinar os lances de bola parada
e a andar, as jogadas combinadas, e logo com os me-
lhores jogadores do mundo,
e eu pergunto para quê e porquê .
Andaram meses a fazer propaganda de que íamos ver
jogar a selecção maravilha, e afinal, parece uma equi-
pa de solteiros e casados .
Tivemos azar, lá isso é verdade.
Mas também é verdade que não se pode preparar uma
Selecção Nacional, como que enche chouriços, ou joga à
apanhada .
É a vida,
Ainda hoje, vimos na Copa América, a equipa favorita,
o México, apanhar uma cabazada -7 a 0, frente à Costa Rica .
.
para tão curto rastilho.
uma vergonha...
Com 365 treinadores, centenas de comentadores,
montes de críticos, e mais o Senhor Engenheiro,
e nada, nem um golito para provar .
Milhares de centenas de horas para discutir o team,
trabalhar a táctica, treinar os lances de bola parada
e a andar, as jogadas combinadas, e logo com os me-
lhores jogadores do mundo,
e eu pergunto para quê e porquê .
Andaram meses a fazer propaganda de que íamos ver
jogar a selecção maravilha, e afinal, parece uma equi-
pa de solteiros e casados .
Tivemos azar, lá isso é verdade.
Mas também é verdade que não se pode preparar uma
Selecção Nacional, como que enche chouriços, ou joga à
apanhada .
É a vida,
Ainda hoje, vimos na Copa América, a equipa favorita,
o México, apanhar uma cabazada -7 a 0, frente à Costa Rica .
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sábado, 18 de junho de 2016
QUE RAIO DE DEMOCRACIA É ESTA ...
Que raio de democracia é esta,
que nos esmaga a cada passo, que nos limita a
liberdade de expressão, que nos sufoca com uma
informação deturpada, proveniente de uma espé-
cie de canal único, ao serviço dos grandes -
interesses económicos e financeiros .
,
Que raio de democracia é esta,
em que fingimos ter o poder nas nossas mãos,
mas em que temos apenas a ilusão de um voto
virtual, endossado aos partidos dominantes, que
o utilizam, quantas vezes, para fins inconfessáveis .
Que raio de democracia é esta,
em que as liberdades e os direitos humanos são usa-
dos de uma maneira vesga e que parece aplicar-se
sómente quando interessa sobretudo a quem usa e
abusa do poder instituído
e que decide unilateralmente, quem são os bons e
os maus, como acontecia nos filmes de cowboys .
Que raio de democracia é esta,
Que continua a nunca a ser sufragada em nenhu-
ma instituição internacional, designadamente a ní-
vel da União Europeia, mas depois empregue, de
maneira cega, consoante as conveniências deste ou
daquele país .
Que raio de democracia é esta .
.
que nos esmaga a cada passo, que nos limita a
liberdade de expressão, que nos sufoca com uma
informação deturpada, proveniente de uma espé-
cie de canal único, ao serviço dos grandes -
interesses económicos e financeiros .
,
Que raio de democracia é esta,
em que fingimos ter o poder nas nossas mãos,
mas em que temos apenas a ilusão de um voto
virtual, endossado aos partidos dominantes, que
o utilizam, quantas vezes, para fins inconfessáveis .
Que raio de democracia é esta,
em que as liberdades e os direitos humanos são usa-
dos de uma maneira vesga e que parece aplicar-se
sómente quando interessa sobretudo a quem usa e
abusa do poder instituído
e que decide unilateralmente, quem são os bons e
os maus, como acontecia nos filmes de cowboys .
Que raio de democracia é esta,
Que continua a nunca a ser sufragada em nenhu-
ma instituição internacional, designadamente a ní-
vel da União Europeia, mas depois empregue, de
maneira cega, consoante as conveniências deste ou
daquele país .
Que raio de democracia é esta .
.
CANTA CAMARADA, CANTA .
Canta camarada canta
Canta que ninguém te afronta
Que esta minha espada canta
Dos copos até à ponta
Fui ontem assistir ao concerto de Verão do Coro Art
de Telheiras e Convidados .
O Concerto abriu com o Canta camarada canta, uma
das cantigas mais proibidas pelo regime fascista .
A Pide estava à espera de ouvir tal cantiga, para logo
ali exercer acções de repressão .
É hoje uma canção Heróica, trauteada em muitos palcos
e não se entende o porquê da raiva que o regime salaza-
rento nutria por este cântico .
Vêm-me à memória momentos em que e muitos mais ca-
maradas tínhamos que cantá-la em surdina ou às escon-
didas .
Não que fosse muito corajoso, mas ajudava a fazer frente
à estupidez e à ignorância dos mastodontes que mantinham
o País amordaçado .
Por isso,
Canta camarada, canta .
.
Canta que ninguém te afronta
Que esta minha espada canta
Dos copos até à ponta
Fui ontem assistir ao concerto de Verão do Coro Art
de Telheiras e Convidados .
O Concerto abriu com o Canta camarada canta, uma
das cantigas mais proibidas pelo regime fascista .
A Pide estava à espera de ouvir tal cantiga, para logo
ali exercer acções de repressão .
É hoje uma canção Heróica, trauteada em muitos palcos
e não se entende o porquê da raiva que o regime salaza-
rento nutria por este cântico .
Vêm-me à memória momentos em que e muitos mais ca-
maradas tínhamos que cantá-la em surdina ou às escon-
didas .
Não que fosse muito corajoso, mas ajudava a fazer frente
à estupidez e à ignorância dos mastodontes que mantinham
o País amordaçado .
Por isso,
Canta camarada, canta .
.
sexta-feira, 17 de junho de 2016
Ai que levas uma marrada ...
Dezassete milhares de milhões de euros,
foi a quantia desperdiçada pela banca portuguesa,
durante os últimos cinco anos, roubada aos portu-
gueses e lançada na sarjeta do capital financeiro .
Os CEO.s dos nossos bancos, banquinhos e ban-
quetas devem sentir-se orgulhosos com os resultados
obtidos por estas quadrilhas, que actuam a céu aberto,
com toda a impunidade, que lhes é conferida pelo tão
apregoado Estado de Direito .
Agora, ainda querem aumentar os vencimentos da CGD,
para estar apta a concorrer com a banca privada .
Apoiado ...
Costa e Costa, ou seja Dupond et Dupont, grandes
heróis da BD e da tragicomédia portuguesa agradecem
comovidos .
.
foi a quantia desperdiçada pela banca portuguesa,
durante os últimos cinco anos, roubada aos portu-
gueses e lançada na sarjeta do capital financeiro .
Os CEO.s dos nossos bancos, banquinhos e ban-
quetas devem sentir-se orgulhosos com os resultados
obtidos por estas quadrilhas, que actuam a céu aberto,
com toda a impunidade, que lhes é conferida pelo tão
apregoado Estado de Direito .
Agora, ainda querem aumentar os vencimentos da CGD,
para estar apta a concorrer com a banca privada .
Apoiado ...
Costa e Costa, ou seja Dupond et Dupont, grandes
heróis da BD e da tragicomédia portuguesa agradecem
comovidos .
.
O TRATADO DE TORDESILHAS .
Para a mentira ser certeira
E atingir profundidade
Tem que trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade
Poeta Aleixo
Ainda hoje a comida espanhola é muito mais sensaborona
que a comida portuguesa .
E tudo por causa dos temperos .
Certo que os árabes nos tinha deixado por herança cultural,
o tomilho, os coentros, a salsa, a erva doce, os orégãos e o
poejo .
Os povos ibéricos , já nessa altura,cozinhavam às mil maravi-
ilhas a açorda e o arjamolho .
Nesse tempo, os portugueses eram um povo ambicioso e aven-
tureiro . Conheciam as virtudes do pão, seco de preferência,
mas queriam ir mais além nas artes da culinária .
Inveja, é o que era .
Os nossos Reis instigaram a malta a partir em busca de tem-
peros mais audaciosos, que sabiam existir para lá dos mares
tenebrosos - Pimenta, Canela, Noz Moscada, Cravinho, Assa-
frão, e muitas outras .
Os castelhanos tinha mais fézada na descoberta do ouro e da
prata .
Mas como é que uma terra desconhecida por detrás do sol
posto, nas arribas do rio Douro, longe de tudo e de todos, veio
a ser escolhida para tamanho desidério -
Dividir o mundo em duas metades .
Á época, proliferavam por essas paragens, espiões, cartomantes,
sábios e toda a espécie de malandragem, disfarçados de comerci-
antes e peregrinantes, gente enganadora que queria arrebanhar
os segredos das especiarias, de que os genoveses, piratas, viajan-
tes experimentados e corsos já conheciam de há muito tempo, por
terra, atravessando mares e desertos, para chegar ao Paraíso .
D. João II de Portugal, e os Reis Católicos,
tiveram então um boa ideia :
Jogaram a partilha duo Mundo em duas partes, por uma linha
imaginária, algures a ocidente do Arquipélago de Cabo Verde.
Para cá dessa linha era tudo português;
Para lá, era tudo castelhano .
Foi uma jogada de grande risco,
Portugal apostava na boa comida,
Castela queria o poder e os metais preciosos .
Sempre fomos muito estúpidos ...
.
E atingir profundidade
Tem que trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade
Poeta Aleixo
Ainda hoje a comida espanhola é muito mais sensaborona
que a comida portuguesa .
E tudo por causa dos temperos .
Certo que os árabes nos tinha deixado por herança cultural,
o tomilho, os coentros, a salsa, a erva doce, os orégãos e o
poejo .
Os povos ibéricos , já nessa altura,cozinhavam às mil maravi-
ilhas a açorda e o arjamolho .
Nesse tempo, os portugueses eram um povo ambicioso e aven-
tureiro . Conheciam as virtudes do pão, seco de preferência,
mas queriam ir mais além nas artes da culinária .
Inveja, é o que era .
Os nossos Reis instigaram a malta a partir em busca de tem-
peros mais audaciosos, que sabiam existir para lá dos mares
tenebrosos - Pimenta, Canela, Noz Moscada, Cravinho, Assa-
frão, e muitas outras .
Os castelhanos tinha mais fézada na descoberta do ouro e da
prata .
Mas como é que uma terra desconhecida por detrás do sol
posto, nas arribas do rio Douro, longe de tudo e de todos, veio
a ser escolhida para tamanho desidério -
Dividir o mundo em duas metades .
Á época, proliferavam por essas paragens, espiões, cartomantes,
sábios e toda a espécie de malandragem, disfarçados de comerci-
antes e peregrinantes, gente enganadora que queria arrebanhar
os segredos das especiarias, de que os genoveses, piratas, viajan-
tes experimentados e corsos já conheciam de há muito tempo, por
terra, atravessando mares e desertos, para chegar ao Paraíso .
D. João II de Portugal, e os Reis Católicos,
tiveram então um boa ideia :
Jogaram a partilha duo Mundo em duas partes, por uma linha
imaginária, algures a ocidente do Arquipélago de Cabo Verde.
Para cá dessa linha era tudo português;
Para lá, era tudo castelhano .
Foi uma jogada de grande risco,
Portugal apostava na boa comida,
Castela queria o poder e os metais preciosos .
Sempre fomos muito estúpidos ...
.
quinta-feira, 16 de junho de 2016
A MASTURBAÇÃO JURÍDICA .
Deixa-me rir com as Comissões de Inquérito feitas no
Parlamento, sobre o funcionamento dos bancos portu-
gueses .
Não posso rir muiro, que renho cieiro nos lábios .
Parecem brincadeiras de putos, como se fosse reinar
aos médicos, ao elástico ou à apanhada .
Mas o que é que o Parlamento tem a ver com esta pa-
lhaçada .
As falcatruas feitas pelos nossos queridos bancos e ban-
queiros devem ser considerados, evidentemente, casos
de polícia e dos tribunais .
As Comichões de Inquérito Parlamentares são meras có-
cegas e música de violino,
que servem para esconder as provas dos crimes de cola-
rinho branco (que lindo...), e ajudar a dar fuga a muitos
criminosos .
Eventualmente, e se for caso disso, ajudam ainda a prepa-
rar a defesa de muitos implicados, caso algum deles passe
realmente no malfadado inquérito,
do que toda a gente duvida que alguma vez venha a acon-
tecer .
Que rica justiça .
.
Parlamento, sobre o funcionamento dos bancos portu-
gueses .
Não posso rir muiro, que renho cieiro nos lábios .
Parecem brincadeiras de putos, como se fosse reinar
aos médicos, ao elástico ou à apanhada .
Mas o que é que o Parlamento tem a ver com esta pa-
lhaçada .
As falcatruas feitas pelos nossos queridos bancos e ban-
queiros devem ser considerados, evidentemente, casos
de polícia e dos tribunais .
As Comichões de Inquérito Parlamentares são meras có-
cegas e música de violino,
que servem para esconder as provas dos crimes de cola-
rinho branco (que lindo...), e ajudar a dar fuga a muitos
criminosos .
Eventualmente, e se for caso disso, ajudam ainda a prepa-
rar a defesa de muitos implicados, caso algum deles passe
realmente no malfadado inquérito,
do que toda a gente duvida que alguma vez venha a acon-
tecer .
Que rica justiça .
.
A FRANÇA JÁ ESTÁ A ARDER ?.
Onde é que eu já vi este filme ?
Parece a queda do império romano .
Como foi possível chegar até este ponto de barbárie .
E não são as hordas de árabes, nem criminosos insti-
gados por Alá, nem revoltados pelos crimes origina-
dos por esse mundo fora, gente que passou pelo Ira-
que e pela Síria, pela Líbia e pelo Afeganistão .
São vadios loirinhos de cú branco
enfastiados com a vida estúpida de Londres e Moscovo,
encharcados em álcool marado e drogas em saldo, co-
mendo o vomitado uns dos outros e que vêm treinar
em França, as cenas de porrada e de artes marciais .
Gente que não gosta de futebol, não gosta de sexo, não
gosta de se divertir à maneira ocidental, gosta de levar
nos cornos e acabar por passar a noite na cadeia ou no
hospital .
Tolerância zero para esses cadávares
adiados,
essa escumalha nojenta, filhinhos de papai e mamãe,
que nunca fizeran nada na p. da vida, habituados a vi-
ver à custa de muito trabalho escravo .
Gente que acusa os estrangeiros terroristas só porque
são morenos e falam mal línguas estrangeiras .
Cacetada nesses vermes .
.
Parece a queda do império romano .
Como foi possível chegar até este ponto de barbárie .
E não são as hordas de árabes, nem criminosos insti-
gados por Alá, nem revoltados pelos crimes origina-
dos por esse mundo fora, gente que passou pelo Ira-
que e pela Síria, pela Líbia e pelo Afeganistão .
São vadios loirinhos de cú branco
enfastiados com a vida estúpida de Londres e Moscovo,
encharcados em álcool marado e drogas em saldo, co-
mendo o vomitado uns dos outros e que vêm treinar
em França, as cenas de porrada e de artes marciais .
Gente que não gosta de futebol, não gosta de sexo, não
gosta de se divertir à maneira ocidental, gosta de levar
nos cornos e acabar por passar a noite na cadeia ou no
hospital .
Tolerância zero para esses cadávares
adiados,
essa escumalha nojenta, filhinhos de papai e mamãe,
que nunca fizeran nada na p. da vida, habituados a vi-
ver à custa de muito trabalho escravo .
Gente que acusa os estrangeiros terroristas só porque
são morenos e falam mal línguas estrangeiras .
Cacetada nesses vermes .
.
quarta-feira, 15 de junho de 2016
A CARNEIRADA .
Ó pastor que choras
O teu rebanho onde está
Deita as mágoas fora
Carneiros é o que mais há
Uns de finos modos
Outros vis por desprazer
Mas carneiros todos
Com carnes de obedecer
Quem te pôs na orelha
Essas cerejas pastor
São de cor vermelha
Vai pintá-das de outra cor
Vai pintar os frutos
As amoras e os sapais
Vai pintar de luto
As papoilas dos trigais
Carlos de Oliveira
F. Lopes Graça
.
O teu rebanho onde está
Deita as mágoas fora
Carneiros é o que mais há
Uns de finos modos
Outros vis por desprazer
Mas carneiros todos
Com carnes de obedecer
Quem te pôs na orelha
Essas cerejas pastor
São de cor vermelha
Vai pintá-das de outra cor
Vai pintar os frutos
As amoras e os sapais
Vai pintar de luto
As papoilas dos trigais
Carlos de Oliveira
F. Lopes Graça
.
SILLY SEASON .
Aproximam-se a toda a velocidade as férias grandes
e o pessoal já se vai estendendo ao sol(se o houver)
como os lagartos .
É o tempo das grandes festas e sardinhadas (se ainda
houver sardinhas) para os mais endinheirados(se ainda
houver Dinheiro ).
O tempo escorre devagar, entre a lua de mel do Marcelo
mais o Costa, o Campeonato Europeu de Futebol,
a Copa das Américas, os Santos Populares, os grandes
Concertos de Verão,
e o reembolso do IRS .
Uma Barbuda ...
Claro que há uns pequenos problemazitos para resolver,
coisas de bancos e banqueiros, as multas da Comissão Eu-
ropeia, a recapitalização da CGD, entre outros .
A Islãndia veio pôr em cheque a
paz social .
Vamos ver se o Ronaldo e companhia conseguem dar um
pontapé na desgraça ...
ou se regressamos ao buraco sem fim da banca portuguesa ...
.O PAÌS está nas mãos da
BOLA
.
e o pessoal já se vai estendendo ao sol(se o houver)
como os lagartos .
É o tempo das grandes festas e sardinhadas (se ainda
houver sardinhas) para os mais endinheirados(se ainda
houver Dinheiro ).
O tempo escorre devagar, entre a lua de mel do Marcelo
mais o Costa, o Campeonato Europeu de Futebol,
a Copa das Américas, os Santos Populares, os grandes
Concertos de Verão,
e o reembolso do IRS .
Uma Barbuda ...
Claro que há uns pequenos problemazitos para resolver,
coisas de bancos e banqueiros, as multas da Comissão Eu-
ropeia, a recapitalização da CGD, entre outros .
A Islãndia veio pôr em cheque a
paz social .
Vamos ver se o Ronaldo e companhia conseguem dar um
pontapé na desgraça ...
ou se regressamos ao buraco sem fim da banca portuguesa ...
.O PAÌS está nas mãos da
BOLA
.
terça-feira, 14 de junho de 2016
A GRANDE GOLPADA .
Santo António de Lisboa
Vem ver esta marmelada
Tudo rouba minha gente
Tudo rouba á descarada
Vem o Costa vem o Marcelo
E ninguém contesta nada
Roubam bancos um a um
Mas que grande palhaçada
.
Vem ver esta marmelada
Tudo rouba minha gente
Tudo rouba á descarada
Vem o Costa vem o Marcelo
E ninguém contesta nada
Roubam bancos um a um
Mas que grande palhaçada
.
segunda-feira, 13 de junho de 2016
O INSTINTO SUPREMO .
Título do último romance de
Ferreira de Castro .
Pela vida fora,
vou juntando pedras
que encontro pelo caminho .
Quando for grande
vou com elas construir um castelo .
O instinto supremo é a busca desesperada para a so-
brevivència.
É a sabedoria que nos permite distinguir o realmente
importante daquilo que é acessório .
É o combate entre a vida e a morte,
quando ficamos sós, face a nós próprios .
Em crianças, brincamos aos super heróis, pensamos
que somos imbatíveis.
Depois a vida vai-nos ensinando o caminho das pedras,
mas vamos sempre esbarrando com muitas delas,
causando danos irreparáveis .
.
Ferreira de Castro .
Pela vida fora,
vou juntando pedras
que encontro pelo caminho .
Quando for grande
vou com elas construir um castelo .
O instinto supremo é a busca desesperada para a so-
brevivència.
É a sabedoria que nos permite distinguir o realmente
importante daquilo que é acessório .
É o combate entre a vida e a morte,
quando ficamos sós, face a nós próprios .
que somos imbatíveis.
Depois a vida vai-nos ensinando o caminho das pedras,
mas vamos sempre esbarrando com muitas delas,
causando danos irreparáveis .
.
A MELHOR QUADRA .
Se o povo se não precata
Nem São João vai ficar
Que os santinhos da cascata
Estão todos a emigrar
Concurso CM
.
Nem São João vai ficar
Que os santinhos da cascata
Estão todos a emigrar
Concurso CM
.
domingo, 12 de junho de 2016
ODE AO FUTEBOL .
Amor ao Cachecol .
O cachecol era parte importante do ritual da bola .
Havia sempre vários espalhados pela casa, de diferentes
tamanhos, cores e feitios, mas sempre com o emblema das
águias a encimar o altar benfiquista .
Acompanhava-te religiosamente nas noites gloriosas da
Luz, ou estava aos ombros ou em lugar de de destaque
no sofá ou por cima da televisão .
Era uma espécie de amuleto .
Ia contigo para toda a parte,
mesmo para a Alemanha, no teu último campeonato Eu-
ropeu , onde Portugal teve um participação gratificante .
Andavas numa máquina formidável, um Mercedes SLK,
e alternavas os jogos. com os tratamentos, sempre abraça-
do ao cachecol .
Mas não Ganhámos .
No campeonato anterior que se realizou em Portugal,
estivemos por uma unha negra .
Fomos a penalties na meia final, e eu não consegui ver os
jogos . Sòzinho na rua, sem encontrar ninguém , ia
pontuando os golos pelo ruído provocado pelos golos de Por-
tugal .
Então, quando foi a cena das grandes penalidades, ia dando
em doido .
Era um espectáculo a que eu já assistira várias vezes, com
luzinhas sempre a acender e a apagar ,
sempre à espera de golo do Chalana, do Carlos Manuel, do
Néné ou do Nuno Gomes, que fizesse explodir o Estádio da
Luz , espalhando alegria transbordante .
Depois era a magia da hola estonteante, rodando, rodando
até ao climax .
Na final contra a Grécia perdemos por um golo idiota,
num jogo de má memória .
Os cachecóis regressaram murchos, quase envergonhados,
mas de novo foram hasteados com orgulho e devoção, com
amor e e respeito .
Ainda hoje conservas o teu em lugar de honra, a recordar
os dias felizes que o Benfica e a Selecção Nacional te propor-
cionaram .
Et Pluribus Unum .
.
O cachecol era parte importante do ritual da bola .
Havia sempre vários espalhados pela casa, de diferentes
tamanhos, cores e feitios, mas sempre com o emblema das
águias a encimar o altar benfiquista .
Acompanhava-te religiosamente nas noites gloriosas da
Luz, ou estava aos ombros ou em lugar de de destaque
no sofá ou por cima da televisão .
Era uma espécie de amuleto .
Ia contigo para toda a parte,
mesmo para a Alemanha, no teu último campeonato Eu-
ropeu , onde Portugal teve um participação gratificante .
Andavas numa máquina formidável, um Mercedes SLK,
e alternavas os jogos. com os tratamentos, sempre abraça-
do ao cachecol .
Mas não Ganhámos .
No campeonato anterior que se realizou em Portugal,
estivemos por uma unha negra .
Fomos a penalties na meia final, e eu não consegui ver os
jogos . Sòzinho na rua, sem encontrar ninguém , ia
pontuando os golos pelo ruído provocado pelos golos de Por-
tugal .
Então, quando foi a cena das grandes penalidades, ia dando
em doido .
Era um espectáculo a que eu já assistira várias vezes, com
luzinhas sempre a acender e a apagar ,
sempre à espera de golo do Chalana, do Carlos Manuel, do
Néné ou do Nuno Gomes, que fizesse explodir o Estádio da
Luz , espalhando alegria transbordante .
Depois era a magia da hola estonteante, rodando, rodando
até ao climax .
Na final contra a Grécia perdemos por um golo idiota,
num jogo de má memória .
Os cachecóis regressaram murchos, quase envergonhados,
mas de novo foram hasteados com orgulho e devoção, com
amor e e respeito .
Ainda hoje conservas o teu em lugar de honra, a recordar
os dias felizes que o Benfica e a Selecção Nacional te propor-
cionaram .
Et Pluribus Unum .
.
sábado, 11 de junho de 2016
O PEIXE PODRE .
A arca frigorífica que esteve fechada hermeticamente
durante quatro dolorosos anos, abriu-se de repente, dei-
xando atrás de si um cheiro pestilento a matéria podre .
Apareceram ratos mortos, esqueletos de lacraus, aranhi-
ços em decomposição .
Um horror .
A bicharada mais perigosa deve te-se escapado por um
buraco no esgoto .
Como foi isto possível ?
Que nojo .
Tiveram que comparecer os bombeiros, a defesa ci-
vil, uma equipa do saneamento e ainda um destaca-
mento de desratização .
Tudo incinerado e enterrado em terreno apropriado .
Foi um período sujo e negro da nossa história recente .
Já se começa a respirar um pouco melhor. mas vai le-
var muito tempo a recriar um ambiente um pouco
mais .
.
durante quatro dolorosos anos, abriu-se de repente, dei-
xando atrás de si um cheiro pestilento a matéria podre .
Apareceram ratos mortos, esqueletos de lacraus, aranhi-
ços em decomposição .
Um horror .
A bicharada mais perigosa deve te-se escapado por um
buraco no esgoto .
Como foi isto possível ?
Que nojo .
Tiveram que comparecer os bombeiros, a defesa ci-
vil, uma equipa do saneamento e ainda um destaca-
mento de desratização .
Tudo incinerado e enterrado em terreno apropriado .
Foi um período sujo e negro da nossa história recente .
Já se começa a respirar um pouco melhor. mas vai le-
var muito tempo a recriar um ambiente um pouco
mais .
.
PEREGRINAÇÃO - 3 .
Nunca fui habituado a estudar acompanhado ou em
cafés . Não que eu fosse de estudar muito .
Aprendia sobretudo nas aulas, e isso ia dando para as enco-
mendas.
Só na preparaçãodos exames do 7º. ano, que tinha de ir fazer
na cidade da Guarda, é que tive de acelerar um pouco mais .
Então é que tive de estudar a sério, pois o desafio era grande .
Estudar sempre foi uma maçada,
já dizia o Pessoa .
Levantava-me bem cedinho (a cotovia),
e ia estudando pelas ruas da cidade, sem encontrar vivalma e
depois regressava para o pequeno almoço que a minha Mãe tin-
ha deixado à minha espera .
Já em Lisboa,
é que encontrei o mundo mágico dos cafés,
um mix de sala de estudo, tertulia e lugar de descanso e de lazer .
Havia cafés de toda a espécie, para todos os gostos e para todos
os patrões e empregados,
uns para estudar isolado, como num castigo, outros em grupos
barulhentos e na maior confusão, que afugentávamos toda a gen-
te em redor, sobretudo quando se aproximava a hora do almoço .
Cafés finos da alta, com os fregueses à coca de boas gorjetas,
outros mais modestos, que ajudavam a fazer andar um pouco a
máquina registadora . Em regra, eram café ja´mais na periferia
da cidade .
Dos afamados, alguns deram em bancos,
outros em igrejas, outros ainda, lugares de
diversão e pouca vergonha .
Muitos desapareceram, foram à vida, foi
uma vingança do chinês .
Durante a semana, e da parte da noite, não tínhamos grandes
problemas com o acesso aos cafés .
Pior era ao fim de semana, com os estabelecimentos pejados
de gente, curtindo as esplanadas, ou refugiadas no quentinho
do seu interior .
Era então que tinha lugar a peregrinação,
de lugar em lugar, de café em café, de esplanada em esplanada,
sem licença para nos acoitar assentados em frente de uma bica
e com os livros escondidos .
Era um tormento querer trabalhar e não poder,
e, quantas vezes regressávamos ao lugar de partida, sem ter sa-
boreado uma única palavra .
E íamos jantar ...
.
cafés . Não que eu fosse de estudar muito .
Aprendia sobretudo nas aulas, e isso ia dando para as enco-
mendas.
Só na preparaçãodos exames do 7º. ano, que tinha de ir fazer
na cidade da Guarda, é que tive de acelerar um pouco mais .
Então é que tive de estudar a sério, pois o desafio era grande .
Estudar sempre foi uma maçada,
já dizia o Pessoa .
Levantava-me bem cedinho (a cotovia),
e ia estudando pelas ruas da cidade, sem encontrar vivalma e
depois regressava para o pequeno almoço que a minha Mãe tin-
ha deixado à minha espera .
Já em Lisboa,
é que encontrei o mundo mágico dos cafés,
um mix de sala de estudo, tertulia e lugar de descanso e de lazer .
Havia cafés de toda a espécie, para todos os gostos e para todos
os patrões e empregados,
uns para estudar isolado, como num castigo, outros em grupos
barulhentos e na maior confusão, que afugentávamos toda a gen-
te em redor, sobretudo quando se aproximava a hora do almoço .
Cafés finos da alta, com os fregueses à coca de boas gorjetas,
outros mais modestos, que ajudavam a fazer andar um pouco a
máquina registadora . Em regra, eram café ja´mais na periferia
da cidade .
Dos afamados, alguns deram em bancos,
outros em igrejas, outros ainda, lugares de
diversão e pouca vergonha .
Muitos desapareceram, foram à vida, foi
uma vingança do chinês .
Durante a semana, e da parte da noite, não tínhamos grandes
problemas com o acesso aos cafés .
Pior era ao fim de semana, com os estabelecimentos pejados
de gente, curtindo as esplanadas, ou refugiadas no quentinho
do seu interior .
Era então que tinha lugar a peregrinação,
de lugar em lugar, de café em café, de esplanada em esplanada,
sem licença para nos acoitar assentados em frente de uma bica
e com os livros escondidos .
Era um tormento querer trabalhar e não poder,
e, quantas vezes regressávamos ao lugar de partida, sem ter sa-
boreado uma única palavra .
E íamos jantar ...
.
sexta-feira, 10 de junho de 2016
A PEREGRINAÇÃO - 2 .
A pouco e pouco íamos saíndo da casca,
apoiados pelos mais velhos do Lar .
O Presidente do Lar era muitas vezes um a pessoa
da casa, e em regra escolhido entre os melhores alu-
nos .
Depois havia o Calado um matulão que era membro
desde a fundação . E havia dois ou três finalistas,
e houve obras na casa, durante alguns meses,
nesse ano uma grande renovação, com a entrada de
seis novos caloiros, entre os quais eu me incluía .
Era uma vida dura para quem quisesse tirar o curso,
(coisa diferente era querer ser
engenheiro)
ainda por cima para que, como eu tinha entrado por
exame de aptidão, tão fraquinho vinha eu de um co-
légio privado da Covilhã, onde a realidade era com-
pletamente diferente da que se vivia no meio univer-
sitário .
Ainda hoje estou para compreender
atravessei imune
o calvário do Técnico .
Tive grandes amigos, inúmeras cumplicidades e bebia
todas as manhas para facilitar a vida dos estudantes .
Por outro lado, os directores do IST utilizavam toda a ar-
tilharia pesada para destruir os pobres alunos .
Era uma guerra surda,
autêntica luta de guerrilhas .
Professores malucos, exames forjados, alteração de
curricula, notas discricionárias, esquecimento do lan-
çamento das notas nas pautas, professores que viviam
no reino do faz de conta, selecção de questionários pa-
ra chumbo certo, etc, etc .
A Escola, o Ensino,
a Universidade,
continuavam na Idade Média .
.
apoiados pelos mais velhos do Lar .
O Presidente do Lar era muitas vezes um a pessoa
da casa, e em regra escolhido entre os melhores alu-
nos .
Depois havia o Calado um matulão que era membro
desde a fundação . E havia dois ou três finalistas,
e houve obras na casa, durante alguns meses,
nesse ano uma grande renovação, com a entrada de
seis novos caloiros, entre os quais eu me incluía .
Era uma vida dura para quem quisesse tirar o curso,
(coisa diferente era querer ser
engenheiro)
ainda por cima para que, como eu tinha entrado por
exame de aptidão, tão fraquinho vinha eu de um co-
légio privado da Covilhã, onde a realidade era com-
pletamente diferente da que se vivia no meio univer-
sitário .
Ainda hoje estou para compreender
atravessei imune
o calvário do Técnico .
Tive grandes amigos, inúmeras cumplicidades e bebia
todas as manhas para facilitar a vida dos estudantes .
Por outro lado, os directores do IST utilizavam toda a ar-
tilharia pesada para destruir os pobres alunos .
Era uma guerra surda,
autêntica luta de guerrilhas .
Professores malucos, exames forjados, alteração de
curricula, notas discricionárias, esquecimento do lan-
çamento das notas nas pautas, professores que viviam
no reino do faz de conta, selecção de questionários pa-
ra chumbo certo, etc, etc .
A Escola, o Ensino,
a Universidade,
continuavam na Idade Média .
.
quinta-feira, 9 de junho de 2016
A PEREGRINAÇÃO .
Os cafés de Lisboa,
lugares de culto e de estudo .
Muitos estudantes demandavam a capital para frequentar
os seus cursos superiores .
Por exemplo, os cursos de engenharia completos, de seis anos
e estágios, só estavam disponíveis em Lisboa, no IST, na Uni-
versidade Técnica da Capital .
O mesmo acontecia com quase todos os outros cursos, à excep-
ção do que se passava em Coimbra, e em parte, no Porto .
A maior parte da malta residia nalguns lares estudantis, muito
poucos, a grande massa dos estudantes vivia em quartos aluga-
dos, distribuídos um pouco por toda a cidade .
Comia-se nas cantinas universitárias, e estudava-se nos
cafés .
.
A vida estudantil era muito ingrata para os alunos das classes
pequena e média burguesia .
Dirão muitos que hoje é que é difícil .
Coitados, não sabem nada ...
Tudo girava em torno da Escola e das Associações de estudantes,
estas organizadas para preparar a malta para o estudo, para o ci-
vismo, para a cooperação e a partilha e para a observância da De-
mocracia dos Direitos Humanos .
A Praxe era uma excrescência,
que nunca existiu, no meu tempo, em Lisboa .
Chegava a passar 24 horas seguidas no que hoje poderemos chamar
de Campus Universitário, do Lar da AEIST, para as aulas, destas
para a Associação, para as aulas outra vez, e à noite de regresso ao
Lar, onde pernoitávamos .
( Fui há 2 ou 3 semanas ao jantar do 50º. aniversário do Lar ) .
.
lugares de culto e de estudo .
Muitos estudantes demandavam a capital para frequentar
os seus cursos superiores .
Por exemplo, os cursos de engenharia completos, de seis anos
e estágios, só estavam disponíveis em Lisboa, no IST, na Uni-
versidade Técnica da Capital .
O mesmo acontecia com quase todos os outros cursos, à excep-
ção do que se passava em Coimbra, e em parte, no Porto .
A maior parte da malta residia nalguns lares estudantis, muito
poucos, a grande massa dos estudantes vivia em quartos aluga-
dos, distribuídos um pouco por toda a cidade .
Comia-se nas cantinas universitárias, e estudava-se nos
cafés .
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A vida estudantil era muito ingrata para os alunos das classes
pequena e média burguesia .
Dirão muitos que hoje é que é difícil .
Coitados, não sabem nada ...
Tudo girava em torno da Escola e das Associações de estudantes,
estas organizadas para preparar a malta para o estudo, para o ci-
vismo, para a cooperação e a partilha e para a observância da De-
mocracia dos Direitos Humanos .
A Praxe era uma excrescência,
que nunca existiu, no meu tempo, em Lisboa .
Chegava a passar 24 horas seguidas no que hoje poderemos chamar
de Campus Universitário, do Lar da AEIST, para as aulas, destas
para a Associação, para as aulas outra vez, e à noite de regresso ao
Lar, onde pernoitávamos .
( Fui há 2 ou 3 semanas ao jantar do 50º. aniversário do Lar ) .
.
O FUGITIVO .
Sempre fui bom de paleio .
Talvez um pouco exagerado, tipo anarco/surrealista,
com uma pitada expressionista .
Por vezes, até um pouco delirante .
Porque não exibicionista ?
Mas, cada um é como é .
Há quem ache interessante este tipo de conversa, mas
outros detestam-na .
Há gente que me acha um tipo demasiado agressivo,
palavroso, mal educado, o que deve ser verdade,
mas tentei jogar o jogo, pelo jogo,com a ideia que podia
ser aceite na sociedade .
Perdi .
A princípio tentei adaptar-me ao colete de forças que
me era ditado .
Depois tentei modificar o estilo, mas a pouco e pouco,
fui perdendo autenticidade .
Tentei reduzia ao máximo o caudal de termos menos
próprios, mas não se pode mudar um velho rezingão,
como eu, resignando-se ao silêncio, sob o olhar repro-
vador dos outros .
Gosto de vocês,
embora não tenha grande jeito para o demonstrar .
Mas o convívio resume-se, essencialmente, ao embalo
do último banco dos transportes, e a servir de fecho
das mesas das refeições .
Como durmo sòzinho, assim penso só, logo existo .
Teria gostado de vos conhecer melhor e também dar
a conhecer o que me vai na alma .
Não consegui, paciência .
Um abraço fugaz .
.
quarta-feira, 8 de junho de 2016
AS CATEDRAIS .
Deus criou o Universo e todas
as coisas .
Só se foi depois do 7º dia .
Gostava de saber onde é que entram os homens nesta
história .
Como surgiram os construtores de Catedrais, algumas
das quais levaram 100 ou 200 anos a erigir .
Como os países ditos civilizados (cristianizados ou não)
andavam sempre à porrada, como é que restava ainda
algum tempo para aquelas construções, e eram usados
milhares e milhares de homens, uns meio escravizados,
força de trabalho em bruto e outros, profissionais, arti-
fices e verdadeiros artistas pagos a peso de ouro,
que iam elevando ao Céu, aqueles castelos celestiais .
Confesso-me preplexo e extasiado
com este mistério .
Quem e como comandava este exército ?
Como estava organizada a sua vida, quem o sustentava,
quem o dirigia .
A Igreja, as cidades, os crentes, os escravos ?
Vejamos o caso da Igreja da Sagrada Família, de Barce-
lona sonhada e projectada por Gaudi, que já leva mais de
cem a construir .
E, antigamente não tínhamos acesso às tecnologias de ho-
je .
É espantoso como nunca aparece ninguém do povo a rei-
vindicar uma só pedra que seja, que deixe gravado a sua
pégada, como agora soi dizer-se .
E, no entanto, quanto sangue, suor e lágrimas foram der-
ramados, para que fosses também
nossa, ó CATEDRAL .
.
as coisas .
Só se foi depois do 7º dia .
Gostava de saber onde é que entram os homens nesta
história .
Como surgiram os construtores de Catedrais, algumas
das quais levaram 100 ou 200 anos a erigir .
Como os países ditos civilizados (cristianizados ou não)
andavam sempre à porrada, como é que restava ainda
algum tempo para aquelas construções, e eram usados
milhares e milhares de homens, uns meio escravizados,
força de trabalho em bruto e outros, profissionais, arti-
fices e verdadeiros artistas pagos a peso de ouro,
que iam elevando ao Céu, aqueles castelos celestiais .
Confesso-me preplexo e extasiado
com este mistério .
Quem e como comandava este exército ?
Como estava organizada a sua vida, quem o sustentava,
quem o dirigia .
A Igreja, as cidades, os crentes, os escravos ?
Vejamos o caso da Igreja da Sagrada Família, de Barce-
lona sonhada e projectada por Gaudi, que já leva mais de
cem a construir .
E, antigamente não tínhamos acesso às tecnologias de ho-
je .
É espantoso como nunca aparece ninguém do povo a rei-
vindicar uma só pedra que seja, que deixe gravado a sua
pégada, como agora soi dizer-se .
E, no entanto, quanto sangue, suor e lágrimas foram der-
ramados, para que fosses também
nossa, ó CATEDRAL .
.
PREVISÕES .
Eu ainda não vi hoje o boletim meteorológico,
mas palpita-me que hoje começou a época dos
fogos florestais .
Ai, se as previsões da economia fossem como
as da da meteo ?.
.
mas palpita-me que hoje começou a época dos
fogos florestais .
Ai, se as previsões da economia fossem como
as da da meteo ?.
.
SAUDADES DE ESPANHA - Madrid .
Tenho vindo pelo caminho a recordar os passeios que eu
e o Pedro realizámos em Espanha, há quase 10 anos -.
Madrid e Barcelona, e respectivos arredores .
Ficámos num hotel perto das Portas do Sol e do Corte In-
glez .
Era pois o centro de gravidade da capital espanhola .
Atravessámos o Parque Nacional, até à Estação de Atocha,
visitámos o exterior do Palácio que albergava o Ministério
da agricultura de Espanha ;
flanámos pelos jardins da Estação, onde almoçámos,
regressando pelos canteiros do Parque, a perder de vida ,
e passámos pelo Palácio Real, a caminho da casa .
Vimos os três museus mais importantes de Madrid, o Pra-
do, o Raínha Sofia e o Tyissen- Bordemiza .
O Pedro obrigou-me a ver os quadros todos das 3 exposi-
ções .
Talvez que adivinhasse que nunca
mais os veria .
Goya, o rei dos pintores espanhóis.
que atravessou três reinados, as invasões francesas, diferen-
tes sistemas políticos e várias fases da sua vida artística,
e viria a morrer em França, no exílio .
O Rainha Sofia, em que pairavam os fantasmas de Guernica,
dados à tela por Picasso, em menos de um mês, extraordinária
obra de exaltação da Guerra Civil Espanhola, que esteve várias
décadas exposta, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque .
Por fim, mas não em último lugar,
a colecção itinerante Tyissen, que se fixou finalmente em Ma-
drid, e é um somatório impressionante das mais belas obras de
cada um dos maiores pintores renascentistas .
Foram dias de felicidade, que conservo
apaixonadamente na minha memória .
.
e o Pedro realizámos em Espanha, há quase 10 anos -.
Madrid e Barcelona, e respectivos arredores .
Ficámos num hotel perto das Portas do Sol e do Corte In-
glez .
Era pois o centro de gravidade da capital espanhola .
Atravessámos o Parque Nacional, até à Estação de Atocha,
visitámos o exterior do Palácio que albergava o Ministério
da agricultura de Espanha ;
flanámos pelos jardins da Estação, onde almoçámos,
regressando pelos canteiros do Parque, a perder de vida ,
e passámos pelo Palácio Real, a caminho da casa .
Vimos os três museus mais importantes de Madrid, o Pra-
do, o Raínha Sofia e o Tyissen- Bordemiza .
O Pedro obrigou-me a ver os quadros todos das 3 exposi-
ções .
Talvez que adivinhasse que nunca
mais os veria .
Goya, o rei dos pintores espanhóis.
que atravessou três reinados, as invasões francesas, diferen-
tes sistemas políticos e várias fases da sua vida artística,
e viria a morrer em França, no exílio .
O Rainha Sofia, em que pairavam os fantasmas de Guernica,
dados à tela por Picasso, em menos de um mês, extraordinária
obra de exaltação da Guerra Civil Espanhola, que esteve várias
décadas exposta, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque .
Por fim, mas não em último lugar,
a colecção itinerante Tyissen, que se fixou finalmente em Ma-
drid, e é um somatório impressionante das mais belas obras de
cada um dos maiores pintores renascentistas .
Foram dias de felicidade, que conservo
apaixonadamente na minha memória .
.
terça-feira, 7 de junho de 2016
TROVAS NOVAS .
Não te esqueças S. João
Deste povo português
Que apesar de folião
Receia o fim do mês
S. António está falido
S. João vendeu o borrego
S. Pedro está abatido
E vão três para o desemprego
S. Pedro manda no Céu
Dizem os nossos avós
Não nos mandes para o inferno
Que do inferno lá vimos nós
Pedimos a S. João
Para nos vir ajudar
Porque as coisas como estão
Não podem continuar
S, João rapioqueiro
No Porto tens arraial
Que tragam do estrangeiro
O que roubaram em Portugal
Ó meu rico S. António
Tu que andaste cá e lá
Traz para cá umas massas
Das que estão no Panamá
Quadras apresentadas ao Concurso
dos Santos Populares,
organizado pelo Correio da Manhã .
.
Deste povo português
Que apesar de folião
Receia o fim do mês
S. António está falido
S. João vendeu o borrego
S. Pedro está abatido
E vão três para o desemprego
S. Pedro manda no Céu
Dizem os nossos avós
Não nos mandes para o inferno
Que do inferno lá vimos nós
Pedimos a S. João
Para nos vir ajudar
Porque as coisas como estão
Não podem continuar
S, João rapioqueiro
No Porto tens arraial
Que tragam do estrangeiro
O que roubaram em Portugal
Ó meu rico S. António
Tu que andaste cá e lá
Traz para cá umas massas
Das que estão no Panamá
Quadras apresentadas ao Concurso
dos Santos Populares,
organizado pelo Correio da Manhã .
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O DIA DOS TRABALHADORES .
Ate há bem pouco tempo, não existia dia dos trabalhadores .
Dia de trabalho, sim, eram todos os dias, sem descanso ao
domingo, e de sol a sol .
Mas era proibido celebrar, fosse dia fosse .
Os grandes eventos, feitos pelos homens e mulheres anó-
nimos, só interessavam aos deuses e aos barões, que davam
nomes a todas as coisas importantes.
A glebe e os escravos lá estavam para laborar, até cair para
o lado e serem substituídos por nova fornada de sub homens
para glorificar as obras de arte construídas e referenciadas
pelos amos e senhores.
E pelos Santos .
E pelos Reis e poderosos .
(O povo não tinha, e não tem direito a Maiúsculas ) .
Salazar tinha nome de ponte, sem nunca ter posto os cornos
de fora .
Conta-se que, no dia da inauguração,
o povo correu com Salazar, a ponte a pé .
E agradeceu com afabilidade :
- Obrigado, portugueses .
- Ao que os portugueses responderam,
em uníssono :
Obrigados, fomos nós ...
.
Dia de trabalho, sim, eram todos os dias, sem descanso ao
domingo, e de sol a sol .
Mas era proibido celebrar, fosse dia fosse .
Os grandes eventos, feitos pelos homens e mulheres anó-
nimos, só interessavam aos deuses e aos barões, que davam
nomes a todas as coisas importantes.
A glebe e os escravos lá estavam para laborar, até cair para
o lado e serem substituídos por nova fornada de sub homens
para glorificar as obras de arte construídas e referenciadas
pelos amos e senhores.
E pelos Santos .
E pelos Reis e poderosos .
(O povo não tinha, e não tem direito a Maiúsculas ) .
Salazar tinha nome de ponte, sem nunca ter posto os cornos
de fora .
Conta-se que, no dia da inauguração,
o povo correu com Salazar, a ponte a pé .
E agradeceu com afabilidade :
- Obrigado, portugueses .
- Ao que os portugueses responderam,
em uníssono :
Obrigados, fomos nós ...
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segunda-feira, 6 de junho de 2016
A NOMENKLATURA .
António Costa
António Arnaut
Manuel Alegre
Carlos César
Ana Catarina Mendes
Ferro Rodrigues
Sérgio Sousa Pinto
António Guterres
Jorge Coelho
João Galamba
Brilhante Dias
João Soares
Silva Pereira
Carlos Zorrinho
Ana Gomes
Francisco Assis
Ricardo Gonçalves
Álvaro Beleza
José Sócrates
.
António Arnaut
Manuel Alegre
Carlos César
Ana Catarina Mendes
Ferro Rodrigues
Sérgio Sousa Pinto
António Guterres
Jorge Coelho
João Galamba
Brilhante Dias
João Soares
Silva Pereira
Carlos Zorrinho
Ana Gomes
Francisco Assis
Ricardo Gonçalves
Álvaro Beleza
José Sócrates
.
OS BEZERROS DE OIRO :
O ouro, a prata, as jóias,
os brilhantes, as bijouteries,
deuses pobres, deuses ricos .
Os antigos adoravam os bezerros de oiro .
Depois passaram a adoptar um só Deus, era
mais práctico e mais fácil .
Um Deus austero, afastado das
riquezas materiais .
Dividia o pouco que tinha com os mais pobres .
Foi assim na época heróica da implantação do cris-
tianismo na Ásia Menor, na Europa e em todo o
mundo .
Construíam templos singelos, sem ostentação .
Mas não foi Deus que promoveu a expansão da ri-
queza e o luxo e criou a adoração pelo dinheiro e do
fausto exarcebado .
Deus sempre foi amigo dos pobres, sempre defen-
deu essa mensagem através dos séculos .
Então porque surgiram as Catedrais e com elas, o
imenso exibicionismo egocêntrico, não pela mão de
Deus, mas pelas dos falsos profetas, ávidos dos pe-
cados da soberba, do ócio e da inveja .
Para quê os altares pejados de oiro e prata, os tesoi-
ros incomensuráveis, exibidos de maneira gratuita e
e quase pornográfica .
Para quê comprar a falsa ilusão de arranjar um lu-
gar , bem perto do Céu, depois de uma vida vivida
no inferno dos mais desprotegidos .
Pobres coitados a exibir todos os pecados, para tentar
enganar o Deus crucificado e martirizado numa cruz
virtual .
Não consigo compreender ...
Não alcanço que pessoas inteligentes possam possam
atingir tal grau de irracionalidade .
Vivem na ilusão de amar e adorar um Deus assim´,
que só existe na sua mente doente,
Se é que ele existe .
.
os brilhantes, as bijouteries,
deuses pobres, deuses ricos .
Os antigos adoravam os bezerros de oiro .
Depois passaram a adoptar um só Deus, era
mais práctico e mais fácil .
Um Deus austero, afastado das
riquezas materiais .
Dividia o pouco que tinha com os mais pobres .
Foi assim na época heróica da implantação do cris-
tianismo na Ásia Menor, na Europa e em todo o
mundo .
Construíam templos singelos, sem ostentação .
Mas não foi Deus que promoveu a expansão da ri-
queza e o luxo e criou a adoração pelo dinheiro e do
fausto exarcebado .
Deus sempre foi amigo dos pobres, sempre defen-
deu essa mensagem através dos séculos .
Então porque surgiram as Catedrais e com elas, o
imenso exibicionismo egocêntrico, não pela mão de
Deus, mas pelas dos falsos profetas, ávidos dos pe-
cados da soberba, do ócio e da inveja .
Para quê os altares pejados de oiro e prata, os tesoi-
ros incomensuráveis, exibidos de maneira gratuita e
e quase pornográfica .
Para quê comprar a falsa ilusão de arranjar um lu-
gar , bem perto do Céu, depois de uma vida vivida
no inferno dos mais desprotegidos .
Pobres coitados a exibir todos os pecados, para tentar
enganar o Deus crucificado e martirizado numa cruz
virtual .
Não consigo compreender ...
Não alcanço que pessoas inteligentes possam possam
atingir tal grau de irracionalidade .
Vivem na ilusão de amar e adorar um Deus assim´,
que só existe na sua mente doente,
Se é que ele existe .
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domingo, 5 de junho de 2016
O CRIADOR .
Quem criou o Universo ?
Quem criou o Céu e a Terra ?
Quem criou as Estrelas e os Planetas ?
Quem criou os Mares e os Continentes ?
FOI DEUS, FOI DEUS .
Quem criou a Vida sobre a Terra ?
Quem criou os Homens
e toda a outra Bicharada ?
E os Peixes ?
E a Plantas ?
FOI DEUS, FOI DEUS .
E, afinal,
QUEM CRIO DEUS ??? ...
.
Quem criou o Céu e a Terra ?
Quem criou as Estrelas e os Planetas ?
Quem criou os Mares e os Continentes ?
FOI DEUS, FOI DEUS .
Quem criou a Vida sobre a Terra ?
Quem criou os Homens
e toda a outra Bicharada ?
E os Peixes ?
E a Plantas ?
FOI DEUS, FOI DEUS .
E, afinal,
QUEM CRIO DEUS ??? ...
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O PORTUGAL DOS PEQUENITOS .
Fátima, Fados,
Toiros e Bola,
eis as diversões
de um povo que pede esmola .
Que resta dos nossos impérios, que conquistámos
durante alguns séculos ?.
Quase nada ,
ou melhor,
A Língua Portuguesa,
Certamente...
.
Uma língua que quase só serviu para pedir esmolas e
subsídios .
Tudo estafado em obras de fachada e elefantes brancos,
numa total estupidez, que nunca foi capaz de enrricar o
País, tornando-o rico e próspero .
Uma desgraça ...
Toiros e Bola,
eis as diversões
de um povo que pede esmola .
Que resta dos nossos impérios, que conquistámos
durante alguns séculos ?.
Quase nada ,
ou melhor,
A Língua Portuguesa,
Certamente...
.
subsídios .
Tudo estafado em obras de fachada e elefantes brancos,
numa total estupidez, que nunca foi capaz de enrricar o
País, tornando-o rico e próspero .
Uma desgraça ...
sábado, 4 de junho de 2016
DA ARTE .
A Arte é Criação
que perdura no tempo ..
Tudo o resto é imitação, técnica, habilidade .
O uso de uma sensibilidade apurada .
Quem percebe um pouco de arte, da arte da pintura,
sabe que é assim .
Há muita gente que tenta impressionar a família e os
amigos, com coisas bonitas e vistosas, mas a Arte é
outra coisa .
Só o tempo virá confirmar e consolidar, se determina-
do trabalho se vai transformar, ou ão numa OBRA de
ARTE .
que perdura no tempo ..
Tudo o resto é imitação, técnica, habilidade .
O uso de uma sensibilidade apurada .
Quem percebe um pouco de arte, da arte da pintura,
sabe que é assim .
Há muita gente que tenta impressionar a família e os
amigos, com coisas bonitas e vistosas, mas a Arte é
outra coisa .
Só o tempo virá confirmar e consolidar, se determina-
do trabalho se vai transformar, ou ão numa OBRA de
ARTE .
OS ADORADORES DO SOL .
No princípio era o nada .
Depois foi-se instalando o caos .
Depois veio o cagaço .
O medo da solidão .
O medo da escuridão .
As agruras da vida selvagem .
A doença e a dor .
E criou-se um seguro de vida contra todos
os riscos :
DEUS
Omnipotente
Omniciente
Omnipresente
E o sossego regressou ao mundo
dos homens.
Com muito respeitinho, que Deus nunca dorme .
Começaram-lhe a fazer ofertas, pequenas, grandes,
singelas, sumptuosas, para agradecer e agradar às
divindades .
E para louvar a Deus .
Mas para que queriam os deuses serem louvados ?
Bastava a Deus cumprir o seu papel protector e inspirador,
ajudar os homens a viverem em paz e harmonia e irem
melhorando o seu nível cultural e espiritual .
Mas nada, começaram a tentar viver à sua imagem e se-
melhança, julgando ter os mesmos privilégios que os seres
divinos .
E a invejar os deuses alheios .
Que poderá fazer Deus com esta canalha tresmalhada, que
reiteradamente comete os mesmos pecados, que reiterada-
mente são sempre perdoados .
Surgem então os sacrifícios, quem não tem dinheiro, paga
com o corpo,
quem possui tesouros, arranjados, sabe-se lá como , paga em
tesouros, cada vez maiores, proporcionais aos pecados cometi-
dos .
E a história das religiões (bem sei que a fé é paga em sepa-
rado)), é assim. contada de uma maneira mais a sério,ou mais
a brincar .
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Depois foi-se instalando o caos .
Depois veio o cagaço .
O medo da solidão .
O medo da escuridão .
As agruras da vida selvagem .
A doença e a dor .
E criou-se um seguro de vida contra todos
os riscos :
DEUS
Omnipotente
Omniciente
Omnipresente
E o sossego regressou ao mundo
dos homens.
Com muito respeitinho, que Deus nunca dorme .
Começaram-lhe a fazer ofertas, pequenas, grandes,
singelas, sumptuosas, para agradecer e agradar às
divindades .
E para louvar a Deus .
Mas para que queriam os deuses serem louvados ?
Bastava a Deus cumprir o seu papel protector e inspirador,
ajudar os homens a viverem em paz e harmonia e irem
melhorando o seu nível cultural e espiritual .
Mas nada, começaram a tentar viver à sua imagem e se-
melhança, julgando ter os mesmos privilégios que os seres
divinos .
E a invejar os deuses alheios .
Que poderá fazer Deus com esta canalha tresmalhada, que
reiteradamente comete os mesmos pecados, que reiterada-
mente são sempre perdoados .
Surgem então os sacrifícios, quem não tem dinheiro, paga
com o corpo,
quem possui tesouros, arranjados, sabe-se lá como , paga em
tesouros, cada vez maiores, proporcionais aos pecados cometi-
dos .
E a história das religiões (bem sei que a fé é paga em sepa-
rado)), é assim. contada de uma maneira mais a sério,ou mais
a brincar .
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A PRE HISTÓRIA .
A história é a sucessão sucessiva
dos sucessos que se sucedem
sucessivamente sem cessar .
Esta lenga lenga aprendia-se logo nos primeiros tempos
da escola . E tinha e tem piada .
Muito mais tarde, aprendi que a história é verdadeira,
quando contada pelo ponto de vista dos vencedores .
Claro que, hoje em dia, há muito mais ferramentas que
nos permitem aferir da veracidade, ou da maior ou menor
aproximação aos factos históricos .
Vem isto a propósito da viagem que fiz, integrado num
grupo diversificado, na Espanha que faz fronteira com
Portugal, e onde ocorreram alguns dos factos mais impor-
tantes na nossa história comum .
Os Tratados de Alcanizes e de Tordesilhas, bem como as
Batalhas de Zamora e de Toro, continuam a fazer-me có-
cegas na cabeça .
Mas eu, um dia, chego lá...
.
dos sucessos que se sucedem
sucessivamente sem cessar .
Esta lenga lenga aprendia-se logo nos primeiros tempos
da escola . E tinha e tem piada .
Muito mais tarde, aprendi que a história é verdadeira,
quando contada pelo ponto de vista dos vencedores .
Claro que, hoje em dia, há muito mais ferramentas que
nos permitem aferir da veracidade, ou da maior ou menor
aproximação aos factos históricos .
Vem isto a propósito da viagem que fiz, integrado num
grupo diversificado, na Espanha que faz fronteira com
Portugal, e onde ocorreram alguns dos factos mais impor-
tantes na nossa história comum .
Os Tratados de Alcanizes e de Tordesilhas, bem como as
Batalhas de Zamora e de Toro, continuam a fazer-me có-
cegas na cabeça .
Mas eu, um dia, chego lá...
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